Ondjiva - Líderes religiosos da província do Cunene relevam e aplaudem a recente Lei sobre o Regime Especial de Disponibilização e Consumo de Bebidas Alcoólicas, por constituir premissas para disciplinar o consumo exagerado.
Aprovada no passado dia 22 do corrente mês, o diploma proíbe a venda de bebida a menores de 18 anos, assim como a venda e consumo em locais próximo às escolas, hospitais, centros religiosos, áreas militares e policiais, entre outras.
Em declarações à ANGOP, nesta terça-feira, em Ondjiva (Cunene), a propósito da aprovação da recente aprovação dessa Lei, o representante do Conselho de Igrejas Cristãs de Angola (CICA) no Cunene, João Gimbi, notou que a igreja aplaude o regulamento que vem disciplinar o povo, pois ao contrário traz consequências graves na sociedade e nas famílias em particular.
Lembrou que o Executivo não proibiu o consumo no geral, apenas aos menores de idade, horários definidos e locais apropriados, para tal estará comprometida em colaborar com a Polícia para denúncia de casos.
Enfatizou que o combate ao uso excessivo de álcool foi sempre um desafio das igrejas, uma vez que a juventude actualmente está num declínio acelerado sem respeito às drogas, com consequência a saúde mental.
“O Executivo pensou bem, no sentido de travar o consumo abusivo do álcool por ser responsável pela tendência do aumento do índice de sinistralidade, agressões físicas e sexuais, homicídios, brigas, entre outros males “, enfatizou.
Já o reverendo Presidente do Conselho da Igreja Presbiteriana do Cunene, António Chivinga, parabenizou o Executivo e a Assembleia Nacional em aprovar por unanimidade o Diploma, para que o país tivesse um instrumento legislativo que visa diminuir o uso de álcool.
Apesar de tárdio, realça ser uma mais-valia e uma decisão assertiva de grande relevância, considerando o “álcool um veneno terrível que não só mata as pessoas, mas destrói a sociedade, carreira, famílias e lares”.
Ressaltou ser muito triste ver jovens que deveriam avançar nos estudos, serem bons quadros como engenheiros, professores, médicos ou arquitectos, mas foram destruídos em função do consumo exagerado de álcool.
Sustentou ser um contributo grande para a nação e para o futuro do país, de modo a salvaguardar que possamos ver jovens a crescerem com saúde, de forma harmoniosa e terem o cérebro preparado para os desafios
Entretanto, salientou a necessidade da Lei ser bem observada, acompanhada, supervisionada.
O representante do Instituto Nacional de Luta Contra as Drogas (INALUD), Pedro Mendes, frisou que a lei é um instrumento jurídico que há muito aguardavam e que vai ajudar a dar resposta às várias situações de venda de bebidas à menores e em locais públicos.
O também psicólogo clínico enfatiza ser um instrumento fundamental para a protecção da saúde pública, bem-estar social e a reeducação de impactos negativos associado ao consumo abusivo de bebidas alcoólicas.
Fez saber que durante o ano de 2024, a instituição assistiu 256 casos de psicose por consumo, dependência, abstinência e intoxicação alcoólica.FI/LHE/SEC