Lobito – Os trabalhadores do Caminho de Ferro de Benguela, do Lobito ao Luau (Moxico), decidiram decretar greve para a próxima quinta-feira (6) devido a falta de acordo com o seu Conselho de Administração, soube esta quarta-feira, a ANGOP.
Em declarações à Rádio Lobito, o secretário para os assuntos jurídicos do Sindicato do CFB, Moisés Cacumba, afirmou que, entre as inquietações apresentadas no caderno reivindicativo, destaca-se o aumento salarial na ordem de 50 por cento e a retoma da cesta básica que não se faz sentir há 17 meses.
Acrescentou ainda que as negociações terminaram no passado dia 23 de Abril, sem acordo entre as duas partes.
“Os serviços mínimos, pelo menos no troço Lobito/Benguela, estão acautelados com um comboio de passageiros às 6 horas e outro às 15h”, assegurou o secretário.
Da parte da Direcção do Conselho de Administração, há promessas de pronunciamento nos próximos dias, segundo o chefe do Gabinete de Comunicação Social, António Ungulo.
Entretanto, os habituais passageiros do troço Lobito/Benguela já prevêem transtornos causados pela paralisação dos comboios nas suas deslocações entre as duas cidades.
Edna Marisa, negociante, afirmou que consegue fazer uma boa gerência dos seus recursos pagando apenas 100 Kwanzas numa corrida de comboio do Lobito a Benguela e não imagina ter de desembolsar Akz 300, no caso de ser obrigada a recorrer ao táxi.
“Corro o risco de deixar de trabalhar porque não terei 600 Kwanzas para suportar uma viagem de ida e volta de táxi, diariamente”, justificou.
Por seu turno, o jovem Luís Azulay, estudante do Instituto Superior Jean Piaget, localizado em Benguela, lamentou o facto, alegando que o comboio facilita significativamente as deslocações das pessoas de baixa renda.
O Caminho de Ferro de Benguela conta com mil e 308 trabalhadores, sendo mil e 12 homens e 296 mulheres.
Do Lobito ao Luau, aquela companhia ferroviária atravessa quatro províncias, nomeadamente Benguela, Huambo, Bié e Moxico, tem 67 estações e um linha férrea de mil e 344 quilómetros.