Dundo - O vice-governador para os Serviços Técnicos e Infraestruturas da Lunda-Norte, Domingos Dala, repudiou esta terça-feira a vandalização da Estação Sísmica do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INAMET) no Dundo, ocorrida na madrugada de segunda-feira.
A vandalização consubstanciou-se no roubo de dois painéis solares que alimentavam a estação, que está fora de serviço desde a madrugada de segunda-feira.
Em declarações à imprensa, Domingos Dala sublinhou que o acto coloca em perigo a província em particular e o país em geral, porque as autoridades estão impossibilitadas de detectar qualquer fenómeno natural, como terramoto ou sismo que podem ocorrer localmente ou na vizinha República Democrática do Congo (RDC).
"Não podemos continuar a assistir impávidos a destruição de bens como este, que põem em causa a vida e o bem-estar da colectividade", frisou.
Assegurou que enquanto as autoridades continuam a investigar o caso para a recuperação dos painéis, o governo local, em parceria com o INAMET, está a trabalhar para um plano emergencial para que a Estação Sísmica do Dundo volte a funcionar dentro de dias.
"Na província da Lunda-Norte chove muito e, com a Estação fora de serviço, ficamos sem informações sobre o estado do tempo, bem como a localização precisa de um terremoto e sua profundidade, o que não é seguro”, disse.
Fez saber que a Polícia Nacional está a trabalhar no sentido de reforçar a segurança do local e evitar que actos do género voltem a acontecer.
Com a estação fora de serviço, será impossível obter, por exemplo, informações sobre a localização precisa de um terremoto (epicentro), sua profundidade, energia liberada, o mecanismo gerador do abalo e o meio que as ondas percorreram para chegar ao local onde foram geradas até ao sensor que as detectou.
Angola conta, actualmente, com uma rede sísmica composta por cinco estações, constituídas por sensores de última geração que ajudam a transmitir em tempo real para o servidor central do INAMET informações de movimentação da crosta terrestre (placas tectónicas), distribuídas pelas províncias do Bengo, do Cuanza-Sul, da Lunda-Norte, do Moxico e da Huíla.
Os sensores tecnológicos possibilitam o monitoramento sísmico, instigando a preservação de vida e o apoio aos diferentes sectores socioeconómicos, em especial ao de construção civil.JVL/HD