Ondjiva – O vice-governador para o sector Político, Social e Económico da província do Cunene, Apolo Ndinoulenga, pediu hoje em Ondjiva, as instituições públicas, privadas e religiosas a promoverem acções de sensibilização sobre os riscos da gravidez na adolescência.
A província do Cunene registou, no ano transacto, mil 665 casos de gravidez na adolescência, mais 199 em relação ao igual período de 2020.
Ao falar no workshop sobre “gravidez e casamento precoce”, dirigido a alunos e professores das escolas do I e II ciclo de Ondjiva, Apolo Ndinoulenga, disse que os números preocupam as autoridades e famílias, daí o reforço das medidas preventivas.
Fez saber que a adolescente nesta condição, corre maiores riscos de desenvolver síndromes hipertensivas, desproporção feto-pélvica, restrição do crescimento fetal e problemas consequentes de abortos provocados.
“Deve-se disseminar mais informações para despertar a consciência dos jovens e adolescentes, das grandes consequências da gravidez e do casamento precoce, que muita das vezes resulta em danos psicológicos, socioeconómico, ético e moral”, afirmou.
Informou que as medidas preventivas são necessárias para impedir casos do género associados a factores culturais, como festas da puberdade, que retardam o nível de escolaridade dos adolescentes e comprometem o futuro.
Lembrou que a gravidez precoce é mais predominante nas famílias de baixa renda, devidos os factores culturais, fraca educação, instruções inadequadas, consumo exagerado do álcool e os conflitos que ocorrem no meio ambiente em que vivem.
Disse que com a realização do workshop, as estratégias estarão bem definidas, para o direcionamento das acções a implementar, na perspectiva de mitigar o fenómeno e o seu impacto, no seio das adolescentes, famílias e comunidades.
Apolo Ndinoulenga aconselhou as famílias a prestarem mais atenção na educação dos educandos, procurando estimular e criar personalidades de filhos e filhas, preocupadas com o futuro.
A gravidez na adolescência é um problema de saúde pública. “Os riscos à saúde da mãe e bebé são muitos, como prematuridade, anemia, aborto espontâneo, eclâmpsia, depressão pós-parto, entre outros.
O workshop de um dia, promovido pelo Instituto Nacional da Criança (INAC) no Cunene, abordou temas como “Gravidez precoce e a saúde materno infantil” e “Implicações do casamento”.