Luanda - Mil e 560 famílias residentes em zonas de risco na província de Luanda serão realojadas, nos próximos dias, na centralidade do Mayé Mayé, município de Cacuaco, informou, nesta terça-feira, a ministra de Estado para a Área Social.
Carolina Cerqueira disse que deste número já foram realojadas 157 famílias, num projecto estruturado que terá esquadra policial, escolas e centro de saúde.
Conforme a ministra, que falava na abertura da 23ª sessão do Conselho Nacional da Família, o Governo pretende, com está acção, dar resposta a preocupante situação das famílias que vivem em zonas de risco, garantindo estabilidade e o desenvolvimento harmonioso.
Afirmou que o Executivo está consciente das graves dificuldades enfrentadas pelas famílias angolanas, cujo empobrecimento foi agravado pela crise financeira mundial e os feitos da pandemia da Covid-19, ao que se juntaram, agora, as catástrofes naturais, como a seca no sul do país, a mendicidade, a carência alimentar, o desemprego juvenil.
A governante considerou este quadro como causador da desestruturação social e do agravamento da instabilidade familiar, fragilizando a coesão e integração social.
Afirmou ser evidente no país, com maior incidência em Luanda, o número de crianças na rua, de mães pedintes com bebés e crianças em busca de alimentos e outros meios de sobrevivência, referindo-se também à vulnerabilidade das famílias que recentemente perderam os seus abrigos e bens devido às enxurradas.
No seu entendimento, programas e projectos como o Kwenda, que decorre até 2023 e que prevê apoiar um milhão e 608 mil agregados familiares em situação de pobreza e de grande vulnerabilidade, o Programa de Transferências Sociais Monetárias e o Projecto de Empoderamento das raparigas financiado pelo Banco Mundial no valor de 250 milhões de dólares, demonstram a preocupação do Governo em melhorar a protecção social e aumentar a sua cobertura familiar de forma equitativa, socialmente justa e sustentável.
De acordo com a responsável, uma das apostas do Governo passa pelo emponderamento da família, por contribuir para a redução da pobreza, da vulnerabilidade e proporcionar mais riqueza às nações, desenvolvimento sustentável e humano e melhor crescimento económico.
Em relação ao Conselho Nacional da Família, a ministra realçou a sua importância, por ocorrer num contexto de "grandes desafios" a nível nacional e internacional, fruto dos efeitos da pandemia da Covid-19, que obrigam os governos a se engajarem em acções de assistência emergenciais e iniciativas estruturadas para assegurar a protecção das famílias e mitigar as suas dificuldades económicas e sociais.
O evento serviu para a promoção de uma reflexão sobre os problemas que enfermam as famílias, para o realinhamento dos programas e políticas públicas em prol da valorização da família e do reforço das suas competências.
Em abordagem estiveram questões relacionadas com o "Programa Nacional de Resgate do Valores Morais e Cívicos", "A violência no contexto familiar, a luz do novo código penal" e "Vantagens da implementação das caixas comunitárias de credito nas escolas de campo, projecto da agricultura familiar orientada para o mercado".
"A experiência da ADRA no empoderamento das famílias SAN; o caso do município de Cacula", " Reflexão sobre o processo de revisão do código da família de Angola" e "A união de facto e procedimentos jurídicos, na perspectiva de orientação familiar" foram outros temas debatidos no encontro.