Luanda – O Governo angolano projecta o lançamento, em 34 meses, do primeiro satélite de observação da terra, informou nesta quarta-feira, em Luanda, o director-geral do Gabinete de Gestão Espacial Nacional (GGPEN), Zolana João.
A informação foi partilhada, durante a 32ª sessão temática “Comunicar Melhor”, programa implementado pelo Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS), no âmbito das actividades da “Semana Mundial Espacial”, a ser realizada de 4 a 10 de Outubro do ano em curso.
Segundo o responsável, o satélite denominado ANGEO -1, que requer um fundo de financiamento na ordem dos 200 milhões de euros, está a 22 por cento para a sua fase de construção, sendo que, no momento, decorrem os estudos internacionais sobre o construtor, a validação, bem como fonte de financiamento.
Este novo meio espacial, avançou Zolana João, vai permitir que se garanta o mapeamento do território nacional, na ordem de mil e 100 imagens diárias de alta resolução, factor que vai proporcionar a recolha de dados e informações sobre a natureza, as condições do solo, mar e atmosfera e da terra.
Durante o encontro, que procurou demonstrar os avanços dos investimentos de mais de uma década no sector espacial angolano, o director-geral do GGPEN considerou como acções prioritárias do Programa Espacial Nacional que responde ao Programa de Desenvolvimento Nacional 2023/2027, a redundância para o satélite ANGOSAT-2, o desenvolvimento de capacidades técnicas e operacionais, bem como a implementação do Sistema de Observação da Terra com o satélite ANGEO-1.
Quanto aos indicadores sobre a comercialização das funções do ANGOSAT-2, se avançou a venda de 45 por cento da sua capacidade em 2024, a existência de três instituições a utilizarem os produtos e serviços aeroespaciais, bem como a formação de dois mil e 350 profissionais especializados em TIC e indústria espacial.
No quadro das estratégias espacial nacional 2016/2025, Zolana João avançou que se prevê-se a construção de infra-estruturas espaciais, promoção e capacitação de quadros a mais alto nível, a promoção da indústria de tecnologia, o posicionamento internacional com ratificação de acordos, como organização e cooperação com órgãos internacionais.
No referente à exploração do satélite ANGOSAT-2, o responsável afirmou que 80 por cento da Banda C foi comercializada e 20 por cento está reservada.
Existem 11 províncias com a cobertura com a Banda K, sete empresas estão a explorar os serviços da ANGOSAT-2, foram instalados 200 terminais terrestres, bem como 30 por cento da capacidade total (K+C) estão comercializadas.
Neste contexto, Zolana João sublinhou que desde a entrada em funcionamento, em apenas um ano, foi possível alcançar 300 mil angolanos, com 20 pontos de conexão, em 13 províncias.
Quanto aos recursos financeiros gerados pelo ANGOSAT-2, o director-geral do GGPEN afirmou que 50 por cento das receitas são dirigidas para a instituição, 40 por cento para a Conta Única do Tesouro (CUT) e os 10 por cento para o fundo social de apoio do Ministério das Telecomunicações, Tecnologia de Informação e Comunicação Social.
Ao encerrar o evento, o director nacional para comunicação social, João Demba, convidou os meios de comunicação a aproveitarem o momento da “Semana Mundial Espacial”, no sentido de serem abordados assuntos que venham a demonstrar as verdadeiras funcionalidades do ANGOSAT-2, bem como o Programa Espacial Nacional. ANM/SEC