Luanda - O governo angolano anunciou, esta quinta-feira, a mobilização de meios, recursos humanos e materiais para acudir às populações do sul do país.
Particular realce para os municípios do Curoca e Cahama, na província do Cunene, Virei (Namibe) e Gambos (Huila).
Com esta acção, pretende-se dar resposta as necessidades das populações afectadas pela seca e estiagem que se regista no sul do país , mormente às questões imediatas, de curto e longo prazos, como o desassoreamento e a construção de diques, reservatórios e canais de retenção de água, bem como a distribuição de alimentos e outros bens essenciais a sobrevivência das populações.
O plano de intervenção inclui ainda o reforço do sistema de abastecimento de água com a entrega de mais de 3 mil motos cisternas.
Segundo a ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, apesar dos esforços permanentes de assistência imediata às populações afectadas, a situação demanda uma intervenção numa abordagem diferenciada e de proximidade, por meio da instalação temporária de uma task force no terreno, com posto de comando na Cahama, para garantir a implementação da estratégia de mitigação dos efeitos da seca no sul do país e o respectivo plano de acção.
Adiantou que a task force terá como missão imediata a elaboração de um plano de acção e cronograma com vista a definir os prazos das distintas intervenções, identificação dos grupos alvos e definição do quadro de necessidades financeiras e logísticas.
Entre os principais objectivos, segundo a também coordenadora da comissão multisectorial, consta a garantia do desenvolvimento das operações logísticas, operacionais e técnicas no terreno em articulação com as autoridades locais, governos províncias e sociedade civil organizada.
Para o curto e longos prazos, a ministra destaca a necessidade do desenvolvimento de acções de engenharia para a retenção e redução da força do escoamento das águas das chuvas, para garantir impactos positivos nos solos e potenciar o desenvolvimento das culturas locais, a criação de cooperativas e assistência técnica para a plantação de culturas adaptadas a situação climatérica e de rica capacidade nutricional.
Pretende-se, igualmente, a criação de infra-estruturas de reserva de água e medidas de reparação dos furos de água, a assistência às populações nos domínios de alimentação, saúde e educação, sobretudo dos grupo nómadas e às populações mais vulneráveis, e a criação de mecanismos de distribuição e abastecimento de águas por meio de moto cisternas e outros equipamentos de fácil acesso.
Entre as prioridades consta ainda a distribuição da merenda escolar, no âmbito do eixo 6 do programa integrado de desenvolvimento local e combate à pobreza, sobretudo nas comunidades nómadas, para combater o abandono escolar na região.
A propósito, o ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança da Presidência da República, Francisco Furtado, avançou que particular atenção será dada ao processo de distribuição de água e bens alimentares nos próximos dois meses.
Indicou que os municípios do Curoca e da Cahama requerem maior atenção, por apresentarem um quadro que carece de uma intervenção urgente pelo facto de estarem com uma reserva de água para 6 ou 8 semanas apenas.
Segundo o ministro, caso não haja uma intervenção urgente a situação poderá tornar-se grave.
O governante apontou ainda a necessidade de uma intervenção junto do governo namibiano para o retorno dos cerca de 3 mil angolanos que atravessaram a fronteira fugindo dos efeitos da seca.
Dados disponíveis indicam que até á presente data, o governo levou ao sul do país mais de 5.140 toneladas de bens diversos.
A seca no centro sul do país (Cunene, Huíla, Benguela, Namibe e Cuando Cubango) afecta mais de um milhão de pessoas.
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