Malanje- O Governo Provincial de Malanje manifestou hoje consternado, com o falecimento do padre católico, Monsenhor Inácio Gonçalves “Kota Ingo”, ocorrido no passado dia 5 deste mês, em Luanda, vítima de doença.
Em nota assinada pelo governador provincial, Marcos Nhunga, realça as qualidades do sacerdote, que dedicou a sua vida a cultura, docência, ao amor e à devoção à Igreja Católica na província.
“Durante a sua vida, padre Inácio não foi apenas um líder espiritual, mas também uma fonte de conforto e sabedoria para várias gerações e sua presença foi um exemplo de fé e compromisso, sempre guiando e inspirando as pessoas ao seu redor”, lê-se no documento.
Refere que o seu legado de bondade e serviço permanecerão nos corações dos malanjinos, reflectindo a luz divina que ele tão generosamente compartilhou.
Homem de múltiplas qualidades, Kota Ingo como também era tratado, deixa um vazio ao acervo cultural da província. Suas obras literárias, sem dúvidas, servirão de instrumento para relembrar o papel que este filho de Malanje desempenhou na nossa sociedade.
Por outro, as Administrações Municipais de Malanje e de Calandula endereçaram, igualmente mensagens de condolências, tendo destacado os valores que o padre transmitiu e o impacto que teve na formação de jovens que continuarão a inspirar as gerações vindouras e a marcar a história das comunidades.
Kota Ingo construiu longa trajectória em prol da religiosidade e do ensino, e deixa legado um legado imensurável de fé e inestimável ao serviço da comunidade e compromisso com a educação, ao nível de toda a província de Malanje.
Natural de Malanje, Monsenhor Inácio Gonçalves dedicou a sua vida à Igreja Católica e à formação de várias gerações. Sacerdote desde 1967 destacou-se como missionário, professor e líder espiritual, exercendo diversas funções, como Pároco da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus e Reitor do Seminário Menor de São José.
Entre outros feitos, lançou várias obras literárias, foi o primeiro professor de kimbundu na Faculdade de letras da Universidade António Agostinho Neto, em Luanda, leccionou a cadeira de língua portuguesa na então Escola Superior Pedagógica de Malanje e fez a tradução do hinário católico do português para a língua kimbundu.
A urna contendo os restos mortais chega hoje à província, para o sepultamento quinta-feira (9), no cemitério municipal de Malanje/PBC