Ondjiva - A governadora provincial do Cunene, Gerdina Didalelwa, assegurou sábado assistência alimentar e de acomodação às mil e 188 pessoas que abandonaram as suas residências devido à fome provocada pela seca.
A grantia foi dada num encontro com as famílias sinistradas que se encontram abrigadas na região de Calueque, município de Ombadja, durante o qual procedeu a entrega de duas toneladas de massango.
Trata-se de famílias oriundas dos municípios do Curoca, Cahama, Mucupe e Chiange, província da Huila, que procuraram abrigo na povoação de Calueque (Ombadja), no sentido de conseguirem emprego nas fazendas e outras áreas agro-produtivas junto do rio Cunene, para se sustentarem.
Gerdina Didalelwa disse que o governo vai prosseguir com acções imediatas e a médio prazo, para suprir a carência de falta de alimentos e de água potável para a população, apesar das dificuldades económica actuais.
Informou que o governo está a traçar estratégias para a aquisição de cereais e fuba de milho, assim como tendas para abrigar as famílias que se encontram ao relento.
De acordo com o governante, a província do Cunene continua a sofrer os efeitos da seca que se prolonga por três anos consecutivos, razão pela qual foi feita uma informação aos órgãos centrais no sentido de reforçar a assistência alimentar das famílias.
Disse que a situação actual é preocupante, com relatos diários de comunidades a abandonarem as suas residências em direcção às áreas de transumância e outros que procuraram abrigo junto das famílias nos municípios do Cuanhama e Ombadja.
Nesta senda, realçou que as administrações locais e as autoridades tradicionais foram orientadas a fazer o levantamento dos deslocados, para se obter dados reais do número de famílias e direccionar melhor a assistência.
Sublinhou que a situação é considerada crítica para as populações e o seu gado, devido à escassez de água e de pasto, realçando que as vítimas negaram o regresso às áreas de procedência neste momento.
Desde 1998, a seca afecta, ciclicamente, a região sul do país, principalmente a província do Cunene, mas em 2018/2019 este fenómeno foi mais devastador dos últimos 24 anos da história.
A acentuada crise de 2018 atingiu 880 mil 172 pessoas e um milhão de cabeças de gado, causando a morte de 30 mil animais, entre bovinos, caprinos e suínos.