Cazenga - A secretária de Estado para Família e Promoção da Mulher, Alcina Cunha, defendeu, esta terça-feira, a promoção da educação sexual nas escolas e nas comunidades, para uma compreensão “saudável e positiva deste processo natural”.
A responsável falava na abertura da 2ª Conferência Nacional sobre Higiene e Educação Menstrual.
Referiu que o Executivo angolano tem levado a cabo um projecto multissectorial, com apoio técnico e financeiro, em matérias de saúde sexual e reprodutiva, para diminuir a desigualdade de género.
Segundo Alcina Cunha, o projecto conta com a participação dos departamentos da Acção Social, Família e Promoção da Mulher e da Juventude e Desportos, bem como parceiros em acções de formação e capacitação de raparigas e mulheres em zonas urbanas, sub-urbanas e rurais.
“É necessário um trabalho conjunto na promoção da educação sexual nas escolas e comunidades para uma compreensão saudável e positiva deste processo natural”, frisou.
Fez saber que a inexistência de loiças sanitárias seguras e privadas em residências, escolas, local de trabalho via pública não apenas afecta a saúde pública, mas também a dignidade das mulheres.
Sublinhou que a menstruação ė uma fase natural da vida em todas as mulheres no mundo, mas que, infelizmente, ainda é cercada por tabus, na desigualdade do género, do abuso sexual, dos casamentos infantis "e muitas vezes das crenças religiosas".
No seu entender, esses tabus empobrecem as mulheres e as meninas, por se pensar que estão prontas para desempenhar a sua vida sexual e conjugal.
Já a coordenadora da Rede Africana de Adolescentes e Jovens em População e Desenvolvimento (Afriyan), Yolanda Miguel, revelou que está a ser promovido um trabalho de advocacia com os governos de algumas províncias, para levar a informação a todas as meninas e mulheres.
Luanda, Benguela, Huíla, Cunene e Namibe são as províncias envolvidas no processo de transmissão da informação às mulheres e meninas, muitas das quais "não sabem o ciclo menstrual e sofrem quando isso acontece nas escolas".
Para a secretária de Estado, é necessário acabar com o tabu, e as meninas devem aceitar o seu estado e condição.
A conferência foi promovida sob o lema: "Pela dignidade menstrual e saúde para todas as mulheres e meninas, bem como inovação e solução". PLA/ACS