O Executivo angolano está comprometido com a assistência às populações afectadas pela seca na região Sul do país, garantiu a governadora do Cunene, Gerdina Didalelwa.
A governante falava na localidade de Calueque, município de Ombadja, a 217 quilómetros da cidade de Ondjiva, onde efectuou, na última segunda-feira, uma visita de trabalho ao centro que acolhe famílias angolanas que residiam na República da Namíbia, na qualidade de refugiadas, devido à situação da seca cíclica.
Nos últimos dois anos, a seca afectou mais 552 mil 638 pessoas no Cunene.
Gerdina Didalelwa disse que o governo cumpriu com o seu papel, durante dois anos, garantindo os serviços básicos essenciais à população, visando o bem-estar social das famílias.
Argumentou que nesta etapa e de forma ininterrupta, foram distribuídos bens alimentares e outros, garantido o acesso de água potável, assistência sanitária, educação e registo de nascimento, assim como a inserção desta população em actividades produtivas.
Segundo a governante, ultrapassado a situação crítica da seca, há necessidade de desactivar o centro de acolhimento e permitir o retorno das famílias às suas zonas de origem, para poderem trabalhar e criarem condições de sustentabilidade.
Disse que as administrações estão orientadas a recepcionar e encaminhar as populações às áreas de residências.
Sobre os oriúndos das províncias da Huíla e do Namibe, informou que os governadores confirmaram a existência de condições para o reassentamento.
O centro de acolhimento de Calueque foi instalado a 17 de Dezembro de 2021, no intuito de receber os mais de oito mil cidadãos angolanos provenientes das províncias do Cunene, Huíla e Namibe, que refugiaram-se na Namíbia a procura de subsistência devido a situação da seca e fome.
Actualmente, o centro conta com um universo de duas mil e 50 pessoas, agrupadas em 736 famílias, dos municípios da Cahama, Curoca e Ombadja (Cunene), Chibia Gambos e Lubango (Huíla) e Virei (Namibe).
Ao longo dos dois anos, registou uma taxa de natalidade de 129 pessoas e 58 de mortalidade, cujas doenças mais frequentes foram as diarreicas, conjuntivite, parasitose, escabiose, malária, entre outras.
Relativamente ao sector da educação, encontram-se matriculados no presente ano lectivo mil e 160 crianças da iniciação à quarta classe, mediante a instalação de quatro salas de campanha com 12 professores.
Quanto à assistência social, foram distribuídos mil 874, 9 toneladas de bens alimentares e 826 não alimentares, assim como construído um sistema de captação de água subterrânea.
O governo instalou ainda um campo agrícola de 21 hectares, acoplado com um canal de irrigação, para permitir a integração de famílias na actividade agrícola, de modo a terem disponibilidade alimentar para o auto sustento.FI/LHE/OHA