Ondjiva - O impacto do Sistema de Transferência de Água do rio Cunene, na região do Cafu, para o abastecimento de água e a prática da agricultura nas comunidades, foi enaltecido pela governadora do Conselho Regional do Khomas, República da Namíbia, Laura McLeod-Katjirua.
Falando num encontro, quinta-feira, à margem de uma visita de constatação sobre o funcionamento do centro de bombagem do canal do Cafu, a governante disse ser um projecto com enorme potencial em benefício das comunidades.
Disse que o canal do Cafu veio confirmar que Angola "está abençoada no que diz respeito à água”, pois que, apesar da situação das alterações climáticas, dispõe de recursos hídricos abundantes.
Na ocasião, referiu que, em sentido inverso, o seu país carece de recursos hídricos, facto associado às mudanças climáticas com um sistema de evaporação na ordem dos 2600 milímetros no centro e 3700 no sul, perdendo entre 20 e 80 por cento da água durante os meses de Outubro a Dezembro.
Fase a estas questões, acrescentou, o governo teve que implementar, desde 2000, várias reformas com o projecto integrado de distribuição de água às comunidades, sendo que actualmente 93 por cento da população dispõe do abastecimento de água potável.
Apesar dessas limitações, disse que o Ministério dos Recursos de Água, em coordenação com o Ministério da Agricultura e Reforma Agrária, tem trabalhado para garantir o acesso de água aos camponeses como pilar fundamental para a produção alimentar e garantir o auto sustento da produção agrícola doméstica e exportação de produtos.
Na ocasião, a governadora da província do Cunene, Gerdina Didalelwa, explicou que a visita se enquadra no trabalho conjunto com a delegação da região do Khomas, visando preparar uma proposta de geminação no domínio da agricultura e pecuária entre os dois governos.
Lembrou que a Namíbia dispõe de grande experiência em termos de produção de hortícolas, e que nesta componente a intenção é apostar na formação dos camponeses, uma vez que as comunidades locais têm como cultura eleita os cereais.
Gerdina Didalelwa disse que, ao contrário dos últimos dois anos, os níveis de produção agrícola ao longo do canal do Cafu são satisfatórios o que está a tornar a região numa zona produtiva.
“Actualmente, no perímetro do Cafu, assiste-se a uma produção agrícola considerável, o que significa que a população está a despertar na produção agrícola irrigada, em que os diferentes produtos colhidos estão a inundar os mercados da província”, sustentou.
Referiu que a preocupação actual está ligada a recursos financeiros, para o processo de desmatação dos campos, compra de sementes e fertilizantes, cujos aspectos serão integrados na proposta de modo a encontrar uma saída.
O programa de trabalho da governante namibiana de cinco dias na província do Cunene enquadra-se no âmbito de um estudo para o acordo de geminação entre as duas regiões nos sectores da educação, da saúde, da cultura e turismo e do desenvolvimento económico, entre outros. FI/LHE/IZ