Huambo – O governador da província do Huambo, Pereira Alfredo, considerou o jornalista Ismael Mateus, falecido na manhã desta terça-feira, vítima de acidente de viação, como um destacado mestre que dedicou o seu sacerdócio ao serviço do jornalismo angolano.
Em nota mensagem de condolências chegada à ANGOP, pelo desaparecimento físico do também Conselheiro da República, o governante disse tratar-se de um académico que defendia a causa da nação, por um ensino de qualidade.
Enquanto escritor, lê-se, tinha uma narrativa própria e construtiva dos seus sonhos e como radialista era um promotor convicto da música africana.
Pereira Alfredo sinalizou que o jornalista Ismael Mateus dedicou-se, como membro do Conselho da República, a tempo inteiro a mostrar um país melhor, emanado nas análises críticas com urbanidade do quotidiano do país, pois era uma figura marcante da comunicação social angolana, com uma larga carreira, tendo prestado o seu contributo na TPA, RNA, Jornal de Angola e recentemente na TV Girassol.
O governador realçou que a sua partida prematura deixa um vazio na imprensa angolana e, entre todos os que apreciavam e admiravam o seu trabalho, ou seja, Angola perdeu e chora um cidadão convicto, que amava o seu país.
Jornalista desde 1981, Ismael Mateus nasceu em Luanda, aos 6 de Julho de 1963.
Foi membro fundador do Sindicato de Jornalistas Angolanos (UJA) e membro da União dos Escritores Angolanos.
Publicou, desde 1985, textos de opinião, inicialmente na Rádio Nacional de Angola, sob os títulos "Dia a Dia na Cidade” e "Bué de Bocas”.
Na Rádio Luanda Antena Comercial (LAC), escreveu para a rubrica "Recados para o meu Chefe” e, posteriormente, viria a publicar textos de opinião nos jornais Angolense e Cruzeiro do Sul e no Semanário Angolense.
Publicou o seu primeiro livro em 1992, a colectânea de textos radiofónicos "Bué de Bocas”, numa edição da Edipress.
Lançou, também, a obra "Ascensão e Queda, de Bartolas Matias”.
Foi coordenador da colectânea de textos "Angola, a Festa e o Luto”, lançado por ocasião do 25º aniversário da Independência Nacional, Em 2000.
Em 2001, pela editora Nzila, publicou o seu primeiro romance com o título "Os tempos de YaKalaya”.
Com base nas entrevistas por si conduzidas na LAC, por ocasião da morte de Jonas Savimbi, a Editorial Nzila publicou, em 2002, o livro "UNITA, que Futuro?”.
Em 2003, pela mesma editora, publicou o livro "Sobras de Guerra”. ALH