Lobito - O Gabinete Provincial de Benguela dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria convocou, esta quinta-feira, os seus assistidos para esclarecer sobre as razões do recadrastamento em curso, soube a ANGOP.
Em declarações à imprensa, o seu director provincial, Júlio Chagas, informou que após uma rigorosa inspecção, apurou-se que muitos assistidos que se apresentaram como antigos combatentes não tinham perfil para tal e por isso foram retirados do sistema.
"O antigo combatente é o cidadão que participou na guerrilha contra o colonialismo e este período durou até 1974. Os que apareceram depois não são assim considerados", justificou.
Por outro lado, muitos deficientes de guerra apresentaram-se com a peritagem médica muito antiga, quando a lei prevê que esta deve ser actualizada anualmente.
O responsavel referiu-se também sobre algumas irregularidades relacionadas com os processos das viúvas dos antigos combatentes.
"Controlamos 3.700 pensionistas e já enviamos para Luanda 835 reclamações para o devido tratamento", pontualizou.
Júlio Chagas disse que o número de pensionistas sofre constantes alterações por diversas razões.
"No caso de falecer um antigo combatente, os seus filhos entram no sistema como órfãos de guerra e cada um destes recebe uma pensão equiparada à do seu pai", explicou.
"Estamos a apelar aos antigos combatentes que têm informações erradas nas suas biografias, bem como o deficiente de guerra que tenha a peritagem caducada a aparecer no Gabinete para resolver o problema", afirmou.
Aproveitou a oportunidade para informar que amanhã, sexta-feira, terá inicio o processo de peritagem no Hospital Municipal da Catumbela.
O periodo para esse processo vai levar entre 15 a 30 dias, em função do número de deficientes que comparecerem no local, segundo Júlio Chagas.
Informações do Gabinete
O chefe de departamento dos Antigos Combatentes, Armando Beatriz, informou que, antes do cadastranento, o Gabinete controlava 11.116 assistidos, entre antigos combatentes, deficientes de guerra, viúvas e órfãos.
Segundo ele, a prova de vida veio para organizar o sistema. Teve inicio em 2021, mas foi interrompido em consequência da Covid-19, tendo terminado apenas em Março do ano passado.
"Uma equipa multissectorial, composta pelos Ministérios da Defesa, das Finanças e do Trabalho e Segurança Social, veio a Benguela, com orientações precisas para inspecionar os processos de acordo com a lei", revelou.
Segundo Armando Beatriz, 5.019 assistidos fizeram prova de vida, mas com a implementação do Sistema Integrado de Gestão Financeira do Estado, foram aceites 3.735.
"Ficaram por reclamar 1.284 e destes já foram inseridos 80. Agora estamos com um número de 1204", informou.
Armando Beatriz garantiu que neste momento não existem "fantasmas" no Gabinete Provincial dos Antigos combatentes. TC/CRB