Benguela – O director executivo da Fundação Ngana Zenza para o Desenvolvimento Comunitário – FDC, Camilo Ceita, defende a necessidade de mais parcerias para a extensão, a médio prazo, do projecto de carruagens clínicas para outras linhas férreas do país.
Camilo Ceita falava à imprensa no sábado, à margem do arranque das primeiras consultas realizadas em duas carruagens clínicas do Projecto Tata Uhayele, na estação de Calenguer, uma aldeia recôndita da comuna do Wiyangombe, município de Caimbambo, província de Benguela.
Trata-se de um projecto idealizado pela Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço, enquanto presidente da Fundação Ngana Zenza para o Desenvolvimento Comunitário – FDC, visando prestar cuidados primários de saúde às comunidades vulneráveis ao longo do Caminho de Ferro de Benguela.
Entretanto, Camilo Ceita deu a conhecer que a possível extensão do projecto para os caminhos de ferro de Moçâmedes (CFM) e de Luanda (CFL) é, para já, uma preocupação da direcção da Fundação Ngana Zenza.
Como são projectos onerosos, salientou, a organização vai fazer a mobilização de recursos com outros parceiros interessados, de maneira que estas linhas férreas possam também beneficiar deste projecto, num futuro médio.
Porém, o responsável deu a entender que tudo depende dos recursos que serão mobilizados juntos dos parceiros, tal como aconteceu agora no CFB, com o lançamento das duas carruagens clínicas.
Por isso, lançou um repto às empresas interessadas para uma colaboração com a Fundação Ngana Zenza, visto que o Projecto Tata Uhayele é uma forma de levar saúde às comunidades muito longínquas.
Em seu entender, a circulação das carruagens clínicas faz com que as populações vulneráveis nas áreas rurais tenham oportunidades de acesso a cuidados de saúde à semelhança das áreas urbanas.
Ainda sobre o impacto destas carruagens clínicas, o director do Gabinete Provincial de Benguela da Saúde, António Cabinda, fez saber que, além de um grande trabalho na componente de promoção da saúde comunitária e prevenção de doenças, o projecto vai também abarcar serviços de vacinação.
Desta forma, prevê um aumento da cobertura vacinal em algumas localidades recônditas no interior da província de Benguela, bem como a realização de campanhas de triagem e despistes nutricionais.
Por outro lado, disse que os 27 profissionais, entre médicos, dentistas, enfermeiros, estatísticos e técnicos dos laboratórios envolvidos na primeira viagem deram respostas às necessidades dos doentes em termos de consultas e exames complexos.
No âmbito do Projecto Tata Uhayele, as carruagens clínicas visam beneficiar as comunidades circunscritas aos caminhos de ferro, cobrindo as províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico.
Assim, o Projecto Tata Uhayele “Cuide da sua saúde” vai contribuir para a melhoria dos cuidados primários de saúde das crianças e adolescentes nas comunidades rurais do corredor Lobito- Luau. JH/CRB