Luanda – Um livro em formato digital intitulado “Em mim mora memórias de uma Angola” será lançado, dia 27 deste mês, pela fotógrafa e documentarista angolana Marisol Kadiegi, radicada no Brasil desde 1986.
O acto de lançamento decorrerá via online, a partir de plataformas de transmissão digital, segundo a autora em declarações hoje, quinta-feira à ANGOP, via Whatsapp, onde informou que a obra surge da necessidade de preencher uma lacuna diante da percepção da falta de referências nos diversos campos de pesquisa sobre o povo negro e como forma de preservação de memórias em Angola.
Fez saber que o foto-livro retrata as vivências de uma década, entre os anos 2007 e 2017, depois de retornar a Angola, de onde saiu há 31 anos.
Na obra, a autora tece "uma colcha de retalhos" com pedaços da sua história, para reconstituir ou reter a memória da qual um dia foi subtraída, e Angola é representada sob o olhar de uma de suas filhas, onde a ancestralidade, a identidade, as tradições e a cultura são uma conexão chamada de memórias.
A obra de 133 páginas é repartida em quatro capítulos e sai sob a chancela da editora brasileira Oribê .
Marisol Kadiegi é fotógrafa, jornalista e documentarista. Licenciada em Comunicação Social e pós-graduada em fotografia como Suporte para a Imaginação (2021), pelo Espaço Cultural f/508, e em História Cultural, Identidade, Tradições e Fronteiras, pela Faculdade de História da Universidade de Brasília (Brasil).
É vencedora no Brasil dos prêmios: “Mulheres Negras contam sua História”, em 2012, na categoria Redação, atribuído pela Secretaria de Políticas para as Mulheres, da Presidência da República; “Brasília 60 anos”, em 2020; e “Mulher Negra 2021”, publicou o texto “Do Luto à Luta: A História de Três Continentes Marcados Pelo Racismo” (2012) e os artigos: “Cinema de cozinha – a territorialidade do Cinema Negro no feminino” (2018), “Merê: territórios e territorialidades do cinema de cozinha” (2018), “Tua presença: o amor em Mulheres de Barro” (2019), “Akokoto: a força Ancestral na Cerimônia Fúnebre de Líderes Tradicionais em Angola” (2021).