Lubango- As quatro vítimas do acidente de viação, supostamente, causado pelo deputado da UNITA Manuel Mucanda, já receberam alta, depois de assistidas no Hospital Central do Lubango.
Os feridos, dos quais dois irmãos, o pai e a tia, com idades compreendidas entre os 13 e os 53 anos de idade, tiveram ferimentos ligeiros, segundo uma nota da Polícia Nacional na Huíla, a que à ANGOP teve acesso hoje, terça-feira, no Lubango.
O acidente ocorreu por volta das 15 horas de sábado, dia 14, na EN-105, comuna do Hoque, quando o deputado, que alegadamente se fazia transportar numa uma viatura de marca Toyota, modelo Hilux, terá embatido na parte traseira de um motociclo de tres rodas, vulgo Caleluia.
O embate terá provocado o capotamento do motociclo e a consequente projecção dos seus ocupantes.
Chamados ao local, os agentes da Polícia encontraram apenas os feridos, que os informaram que o condutor do outro veículo havia continuado a sua marcha em direcção ao município do Lubango, sem lhes prestar qualquer socorro.
Ao passar pelo posto policial do Toco, o deputado do círculo provincial do Namibe foi abordado e conduzido ao Departamento de Investigação de Ilícitos Penais, por se entender que naquelas instalações policiais havia a necessária discrição para a realização dos procedimentos cabíveis em caso de acidentes rodoviários.
Convidado a submeter-se ao teste de alcoolémia, procedimento obrigatório em caso de acidentes de viação, o deputado recusou-se, predispondo-se a fazê-lo apenas na presença do seu advogado, que, entretanto, nunca chegou a aparecer e foi escoltado pela Polícia até uma residência que indicou, onde foi deixado em segurança;
No domingo, Manuel Mucanda contactado, por telemóvel, pelo comandante provincial da polícia na Huíla, comissário Divaldo Martins, alegou ter sido vítima de chantagem por parte dos polícias que o interpelaram no Toco, sem ter esclarecido em que termos.
Durante a conversa, o comissário esclareceu ao deputado que além de os sinistrados, testemunhas também supeitaram do seu estado de ebriedade, uma vez que o mesmo terá descido da viatura.
Reforçou que o teste de alcoolémia é realizado a todos os intervenientes em acidentes e ao recusar-se faz pender sobre sí a presunção de condução sob efeito de álcool, que terá de ser resolvida em tribunal.
Na ocasião, o comissário aconselhou-o a contactar a família dos feridos e prestar algum apoio, contacto que foi feito com a intermediação da polícia.
Em nota informativa veiculada pelo Angola24Horas, nesta segunda-feira, o deputado em causa confirma que o acidente que ocorreu na comuna do Hoque, numa altura em que este saía de Luanda para Namibe passando por Lubango.
Refere ainda que domingo foi ter com as vítimas do acidente e suas famílias, onde se comprometeu à assumir todas as despesas com a assistência médica e medicamentosa, pagar os produtos que havia na Caleluia bem como, reparar ou comprar uma nova motorizada. Realçou que em nenhum momento pensou em colocar-se em fuga, nem tão pouco furtar-se da responsabilidade que sobre sí recai.
Manifestou ainda que em nenhum momento a polícia ou uma outra pessoa obrigou-o a solidarizar-se com as vítimas, tendo sido por decisão própria e consciente da responsabilidade que deve assumir.