Lubango - Cento e 68 famílias em situação de vulnerabilidade afectadas pela seca na localidade do Pinguelo, município dos Gambos, província da Huíla, beneficiaram, terça-feira, de igual quantidade de cestas básicas doadas pelo Ministério do Ambiente.
A localidade dista a 35 quilómetros da sede municipal, com uma população estimada em quatro mil 443 habitantes, sendo uma das mais afectadas pela seca severa na região dos Gambos, a que se juntam as de Tchico, Taka, Tchitongo Tongo e Tchipeio.
A doação é composta de produtos como arroz, açúcar, óleo alimentar, fuba, feijão, sabão, uma acção enquadra nas comemorações do 17 de Junho, Dia Mundial de Combate à Desertificação, cujo acto central decorreu no Lubango, sob o lema “Unidos Pela Terra, Nosso Legado, Nosso Futuro”.
O representante da povoação do Panguelo, Feliciano Matewa, agradeceu o gesto do Ministério do Ambiente, que “vai reduzir as dificuldades por alguns dias”, pois a área está assolada pela seca e algumas famílias pretendem emigrar para a Namíbia, de onde foram repatriadas recentemente.
Risco de fome nos Gambos
Por sua vez, o administrador municipal dos Gambos, Francisco Barros Leonardo, salientou que nessa altura no município tem o registo de 20 mil famílias vulneráveis na Taka, Tchitongotongo, Tongo, Tchipeio, Vitchaviva.
Afirmou que esses números representam 30% da população do município que estará afectada pela crise alimentar se não houver uma intervenção pontual.
Considerou “oportuno” o apoio vindo do Ministério do Ambiente, tendo em conta que ainda há população vulnerável a precisar deste tipo de ajuda.
“Tivemos chuvas na época agrícola anterior, muitas famílias conseguiram colher alguns produtos, mas não chega para todos”, frisou.
A directora nacional do Ambiente, Sandra Nascimento, considerou a ajuda como pontual que vieram, frisando, porém, o Executivo defende a auto-suficiência das comunidades. BP/MS