Luena - Várias famílias de diferentes segmentos sociais na província do Moxico receiam viver um período da quadra festiva de maneira “atípica”, por conta da carência do gás de cozinha que se regista há mais de um mês na região.
Durante uma ronda efectuada nas principais agências e revendedoras de gás, a ANGOP constatou que várias pessoas estão a pernoitar defronte aos pontos de venda para conseguirem o produto.
A cidadã Ana Baptista, de 37 anos, disse que há três dias tenta a sorte para conseguir adquirir o produto, mas sem “ A luta aqui é pelo lugar, porque diariamente são atendidas apenas cinquenta pessoas”, explicou.
Já Lurdes Beá, de 49 anos, gestante de 32 semanas, lamentou o facto de não conseguir o produto há quase cinco dias.
“O natal está às portas , como vamos oferecer uma festa digna aos nossos filhos, sendo que regressamos ao carvão, está muito dificil”, lamentou.
Por sua vez, o citadino Carlos Tchombe prevê enormes dificuldades durante a quadra festiva, tendo apelado a resolução do referido problema, de modo a mitigar “o sofrimento da população na região”.
Entretanto, recentemente, ao intervir numa reunião do Conselho Provincial de Auscultação das Comunidades, promovida pelo Governo do Moxico, o representante da Sonangol na região, Cristiano da Clementina, justificou a carência do produto com a redução de frequências de comboios que transportam o produto para a região.
De acordo com o responsável, o número reduziu de cinco para um comboio semanal, disponibilizado pelo CFB, para o transporte do produto, baixando consideravelmente a quantidade de gás que chega à província.
Já o representante do Caminho-de-Ferro de Benguela nesta reunião, Ndumba Malheiro, disse que actualmente parte dos comboios estão em manutenção, prevendo a melhoria da transportação de mercadorias em breve, com a entrada em função do consórcio Lobito Atlantic Railway (LAR), a nova gestora do Corredor do Lobito.
A província do Moxico, composto pelos municípios sede (Moxico), Camanongue, Léua, Cameia, Luacano, Luau, Alto Zambeze, Bundas e Luchazes é habitado por 994 mil 53 pessoas, das quais 506 mil 837 são mulheres, de acordo com a previsão do Instituto Nacional de Estatística (INE). ISAU/ TC/YD