Luanda - A Casa Museu Óscar Ribas realizou, esta quinta-feira, em Luanda, a segunda edição da “Expo-Ribas2023”, com a exposição de artes plásticas, artesanato, feira do livro e teatro, no âmbito de mais um aniversário do seu patrono, o escritor angolano Óscar Ribas.
Sob o lema "Turismo de Memórias", esta edição da Expo surge no quadro das comemorações do 114º aniversário natalício do escritor, etnólogo e ensaísta angolano.
A exposição tem como objectivo, essencial, homenagear uma das maiores fontes orais de Angola, bem como a disposição para a apreciação do público de um conjunto de informações e curiosidades sobre a vida, obra e legado do artista por meio de visitas guiadas ao seu acervo museológico da Casa Museu Óscar Ribas.
O programa contemplou ainda uma feira do livro e de artesanato, debates radiofónicos, rodas de conversa com académicos, familiares e escritores, concerto musical, danças patrimoniais e uma visita guiada pelo museu, entre outros atractivos culturais
Em entrevista à imprensa, o director-geral da casa Museu Óscar Ribas, Sidónio Domingos, descreveu a exposição como um projecto chave da Casa Museu, para criar dinâmica e atrair o público ao espaço.
Reafirmou que a pessoa faz parte da memória colectiva, por essa razão, a Casa Museu é uma forma de lembrar Óscar Ribas, Universidade e escolas com o mesmo, entre outros espaços que servem de memória.
Sobre a Casa Museu, disse possuir uma biblioteca com um acervo multidisciplinar, uma pequena galeria para a promoção de artes plásticas, espaço para recitação de poesia e lançamento de obras.
Além disso, informou existir um convénio com o viveiro de Xadrez de Angola, parceria que permite a obtenção de aulas de xadrez para as crianças, criação de projecto musical e outras actividades
Óscar Ribas
Escritor, poeta, jornalista e ensaísta angolano, Óscar Ribas nasceu no dia 17 de Agosto de 1909, na cidade de Luanda, e faleceu a 19 de Junho de 2004, em Cascais, Portugal.
Considerado um dos "fundadores” da ficção literária em Angola, o etnólogo deixou um valioso legado literário, tendo recuperado muitos temas da tradição oral, religião tradicional e filosofia dos povos de Luanda.
O seu primeiro livro, "Nuvens que Passam”, foi publicado em 1927. Dois anos depois, publicou "Resgate de uma Falta”. Após 20 anos sem editar, Óscar Ribas surpreendeu os leitores com o livro "Flores e Espinhos”, em 1948, o qual, juntamente com dois novos títulos publicados em 1950, "Uanga” e "Ecos da Minha Terra” (1952), constituem, de acordo com estudiosos das literaturas africanas, a segunda fase de publicações do autor.
Na década de 1960, Óscar Ribas publicou os livros "Missoso” (três volumes – 1961, 1962 e 1964), "Alimentação Regional Angolana” (1965), "Izomba – Associativismo e Recreio” (1965), "Sunguilando - Contos Tradicionais Angolanos (1967), "Kilandukilu - Contos e Instantâneos” (1973) e "Tudo Isto Aconteceu – Romance Autobiográfico” (1975).
Após uma pausa de quase duas décadas, Óscar Ribas voltou aos livros com "Cultuando as Musas”, ao que se seguiu o "Dicionário de Regionalismos Angolanos”. VS/VIC