Cunhinga – Dez pessoas morreram na província do Bié, vítimas de explosão de minas e outros engenhos não detonados, durante o ano em curso, soube hoje a ANGOP.
No total foram registados sete acidentes e além das vítimas mortais, houve feridos, segundo o representante provincial da Agência Nacional de Acção Contra as Minas (ANAM) no Bié, Ismael Brito Sapi, que falava no acto de demolição de engenhos, decorrido na zona de Nhara, município do Cunhinga..
Comparativamente a 2022, houve um aumento de quatro mortes e a diminuição de igual número de feridos. As vítimas foram crianças, jovens e adultos.
O responsável adiantou que os acidentes (igual número anterior) ocorreram nos municípios do Andulo, Cuito, Cuemba, Chinguar e Cunhinga, caracterizado por dois accionamentos de minas anti-tanque e anti-pessoal e cinco de manipulação ilícita de engenhos explosivos, por conta do fenómeno de recolha e venda de material ferroso (vulgo sucata).
Ismael Brito Sapi referiu que a sua instituição, em colaboração com as duas operadoras de desminagem que actuam na província, nomeadamente CND e a THe Helo Trust, têm desenvolvido campanhas de educação sobre os riscos de minas nas comunidades, no sentido de apelar às populações, com realce para as crianças, para se absterem do manuseio de objectos estranhos.
No acto, foram demolidos 150 engenhos explosivos diversos, com destaque para cinco minas anti-pessoal, uma anti-tanque, dois míssel low, morteiros 60, 81, 82 e 120 milímetros, assim como munições de artilharia diversas.
O material foi recolhido pelo Departamento Local do Centro Nacional de Desminagem (CND), durante os trabalhos de clarificação da linha de transportação de energia eléctrica da cidade do Cuito à sede municipal de Catabola, numa extensão de 55 quilómetros.
Outros foram removidos igualmente nos trabalhos de clarificação do troço Catabola/centro administrativo do Muquinda, num traçado de 18 quilómetros.
O Centro Nacional de Desminagem congrega o Instituto Nacional de Desminagem, a Comissão Executiva de Desminagem, as brigadas de desminagem das Forças Armadas Angolanas (FAA) e Casa Militar do Presidente da República.VKY/PLB