Luanda - O Executivo angolano solicitou, esta segunda-feira, o apoio do Banco Mundial (BM) para ampliar a rede de Agentes de Desenvolvimento Comunitário e Sanitário (ADECOS) em todo o país, pelo seu papel no combate à pobreza e promoção do bem-estar das comunidades.
Os ADECOS são cidadãos locais seleccionados, formados e dotados de conhecimentos para trabalhar, sob supervisão do Fundo de Apoio Social (FAS), na identificação e apoio na resolução de dificuldades nos domínios da educação, saúde e saneamento básico na comunidade, com particular realce nas zonas mais recondidas e carenciadas.
Dados disponíveis indicam que o FAS conta, actualmente, com mil 183 ADECOS, enquadrados em 54 equipas, empenhadas no processo de implementação do Kwenda.
No quadro da implementação do Programa de Fortalecimento de Protecção Social "Kwenda", os ADECOS trabalham no processo de sensibilização e cadastramento dos beneficiários, bem como na distribuição dos apoios.
Segundo a ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, que falava durante uma audiência com o director regional do Banco Mundial para Angola, Jean Christople Carret, o aumento dos ADECOS enquadra-se na estratégia do Executivo, em complementar os programas sociais em execução, tendo em conta a experiência positiva adquirida na implementação do Kwenda.
Carolina Cerqueira destacou a acção dos ADECOS, por constituírem a ponte entre o Executivo e as comunidades, na implementação de projectos em benefício das famílias mais vulneráveis.
A propósito da solicitação do Executivo angolano, Jean Christople Carret manifestou a disponibilidade do BM em apoiar o pedido, tendo em conta os resultados alcançados com o Kwenda e o papel dos ADECOS neste campo, uma referência que a instituição financeira internacional considera de muito positiva.
O alto funcionário do Banco Mundial considerou de louvável a forma transparente e o grau de execução do Kwenda, apontando como um exemplo de boas práticas na implementação de programas de transferências sociais, factor que aumenta a credibilidade do Executivo angolano na arena internacional, assim como a confiança dos beneficiários.
Jean Christople Carret disse ter também recebido da ministra Carolina Cerqueira informações sobre as acções do Executivo no combate à seca no sul do país, sobre o programa de inclusão das jovens raparigas no processo de ensino e aprendizagem, com vista a combater o abandono escolar, além de informações sobre os programas em curso para diminuir a pobreza e o esforço do Executivo na vacinação e combate contra a Covid-19.
A meta do Programa Kwenda para o ano em curso é cadastrar 700 mil beneficiários, sendo que até Junho estavam controlados 407 mil 814 beneficiários, num total de 15 mil agregados familiares.
O Executivo pretende abranger 300 mil agregados familiares até ao final do ano em curso, através deste vasto programa, que inclui, além das transferências sociais financeiras, a municipalização da acção social, o cadastro social único e a inclusão produtiva das famílias.
De iniciativa do Governo de Angola, o Kwenda visa apoiar as famílias em situação de pobreza e vulnerabilidade das 18 províncias, tendo como componente das Transferências Sociais Monetárias, a atribuição de uma renda de 25 mil e 500 kwanzas por trimestre.
Contempla a Inclusão produtiva, que está a apoiar as iniciativas económicas viáveis, a municipalização da Acção Social, que está a criar os Centros de Acção Social Integrado (CASI) e o reforço do cadastro social único, que consiste na criação de uma base de dados dos cidadãos em situação de pobreza e vulnerabilidade para que possam beneficiar das iniciativas do Estado.
Avaliado em 420 milhões de dólares, o Kwenda é financiado em USD 320 milhões pelo Banco Mundial e os restantes USD 100 milhões pelo Tesouro Nacional.