Huambo – Cento e 50 estudantes do Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED-Huambo) foram esclarecidos, esta quinta-feira, sobre o papel da juventude no combate à violência no género, masculinidade positiva e paternidade responsável.
A palestra, numa iniciativa do gabinete da Acção Social, Família e Igualdade de Género da província do Huambo, decorreu no âmbito da campanha dos 16 dias de activismo pelo fim da violência contra a mulher e a menina.
Ao abordar o tema, o director do gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa da Delegação do Interior na província do Huambo, Martinho Kavita Satito, reconheceu o facto de a sociedade estar, cada vez mais, atenta à violência contra a mulher e a protecção dos grupos mais vulneráveis, como os menores e idosos.
Disse que a palestra dirigida aos estudantes do ISCED-Huambo serviu para chamar atenção aos jovens sobre a necessidade de serem responsáveis pelos seus actos, isto porque a masculinidade positiva não deve ser vista como pressuposto para cometer crimes.
O também superintendente-chefe da Polícia Nacional explicou que existem vários tipos de violências previstas na lei, com maior preocupação para a física e patrimonial, que têm estado a causar danos permanentes às vítimas, tornando as famílias mais pobres.
A título de exemplo, informou que a Polícia Nacional registou, no último trimestre deste ano, 50 casos de violência doméstica, a maioria consubstanciada em agressões físicas dos maridos contra as esposas, mãe para com os filhos e, em algumas situações, os filhos a agredirem os pais.
Por isso, apelou às vítimas apresentarem sempre queixas às autoridades policiais, para se repor a legalidade contra os prevaricadores e para que a prevenção deste mal social tenha o efeito desejado.
Por seu turno, a directora do gabinete da Acção Social, Família e Igualdade de Género da província do Huambo, Maria de Fátima Cawewe, disse que a palestra foi realizada no ISCED, por ser uma instituição de formação de professores, que, ao leccionarem, deverão ensinar os cidadãos sobre os males da violência no género.
Informou que, de Janeiro à presente data, a instituição recebeu 506 casos de denúncias de violência, dos quais a maioria é da não prestação de alimentos e agressões físicas, prontamente encaminhados ao Serviço de Investigação Criminal.
Sem precisar dados comparativos, referiu que a tendência dos casos é de aumentar, porque, nos últimos tempos, a população ganhou a cultura da denúncia.
A campanha dos 16 dias de activismo pelo fim da violência contra a mulher e a menina, iniciada a 25 do corrente mês, sob o lema “Vamos nos unir para acabar com a violência contra a mulher", termina a 10 de Dezembro próximo. ZZN/ALH