Menongue – Cento e 50 portadores de HIV/Sida de Menongue beneficiaram neste sábado de um donativo composto por bens de primeira necessidade, num gesto da esposa do governador da província do Cuando Cubango, Lídia Martins.
Trata-se de produtos como arroz, massa alimentar, óleo vegetal, sabão, fuba de milho, farinha de trigo, entre outros.
O gesto enquadra-se no Programa Nascer Livre para Brilhar, de iniciativa da primeira-dama da República, Ana Dias Lourenço, que tem por objectivo principal a redução da transmissão do HIV/Sida de mãe para filho.
Na ocasião, uma das cidadãs beneficiárias agradeceu a iniciativa do programa, por estar a permitir com que muitas crianças nasçam sem a doença, através do corte de transmissão vertical.
Reconheceu que, por não ter aceitado, numa primeira fase, a doença, que enfrenta há sete anos, a sua primeira filha nasceu seropositiva, uma vez que fez o parto em casa e, ainda assim, amamentou-a, mas que agora olha a realidade de forma responsável, cumprindo com a medicação.
Por seu turno, a esposa do governador local, Lídia Martins, considerou preocupante a realidade actual de crianças com Hiv/Sida, pelo que defendeu a realização contínua de palestras de sensibilização da população sobre a doença nas escolas, igrejas e nas unidades hospitalares.
Desta forma, disse a também coordenadora do Programa Nascer Livre para Brilhar no Cuando Cubango, os cidadãos poderão ganhar a consciência da prevenção, para evitar a contaminação, bem como aconselhar as pessoas seropositivas no sentido de terem a responsabilidade de prosseguirem com o tratamento.
A chefe de departamento de Saúde Pública no Cuando Cubango, Cristina Luísa, explicou que, desde 2019, foram testadas cinco mil 295 mulheres grávidas, das quais 221 testaram positivo.
Já das 105 crianças testadas, três foram diagnosticadas com a doença.
Em 2022, foram testadas 22 mil 649 pessoas, destas mil 394 deram positivo. Mil e 396 recebem regularmente assistência médica, 147 pessoas abandonaram o tratamento e 41 resultaram em óbitos.
Já de Janeiro a Junho de 2023 foram testadas 28 mil 210 pessoas, destas mil e 189 testaram positivo, 167 abandonaram o tratamento, sem o registo de óbito.ALK/JSV/PLB