Luanda – O Serviço Nacional de Saúde (SNS) conta, actualmente, com 3.325 unidades, entre hospitais centrais, provinciais e de especialidades.
Trata-se de 13 Hospitais Centrais e de Especialidade, seis Institutos, 23 Hospitais Gerais e Provinciais, 172 Hospitais Municipais, 800 Centros de Saúde e 2.311 Postos de Saúde, perfazendo 3.325 unidades.
Os dados foram revelados recentemente pelo Presidente da República, João Lourenço, na mensagem sobre o Estado da Nação, no quadro da abertura do ano parlamentar 2023-2024 da V Legislatura.
Segundo o Chefe de Estado, o Governo investiu nas infra-estruturas dos três níveis do SNS, tendo sido construídas, ampliadas, reabilitadas e apetrechadas com novos equipamentos 163 novas unidades sanitárias, 155 das quais para o primeiro nível de atenção.
“Se, em 2017, tínhamos 13.426 camas hospitalares, este número passou em 2022 para 37.808 camas, o que quer dizer que, em apenas seis anos, adicionamos ao Serviço Nacional de Saúde 24.382 camas hospitalares”, sublinhou.
Lembrou que neste mesmo ano, apenas três províncias dispunham de serviços especializados de hemodiálise, enquanto em 2022 esse número passou para dez províncias, com uma capacidade de atendimento de mais de três mil utentes por semana. Foram construídos de raiz oito hospitais de referência nacional.
Admissão de novos quadros
Em relação aos quadros, João Lourenço detalhou que só na última legislatura ingressaram 41.093 novos profissionais, de entre médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutica, técnicos de apoio hospitalar e técnicos do regime geral.
Conforme o Estadista, todos os médicos formados no país e no exterior foram enquadrados e cerca de 80% dos funcionários foram colocados nos municípios e promovidos 53.461 funcionários do sector da saúde.
Municipalização e atenção aos cuidados primários
“Estamos empenhados em reforçar a aposta na municipalização dos cuidados de saúde primários, cujos resultados revelam ter sido encorajadores. O volume de consultas a este nível aumentou 71%, reflectindo-se na melhoria dos principais indicadores de saúde materno-infantil”, asseverou o Estadista.
Com os cuidados primários de saúde, através da campanha “Nascer livre para brilhar”, o Presidente João Lourenço afirmou que está a aumentar o acesso de mulheres grávidas ao diagnóstico de VIH nas consultas de pré-natal e o aumento do tratamento para as positivas, resultando num aumento da cobertura e na redução da transmissão do VIH de mãe para filho de 28% para 15%.
Admitiu que a malária continua a ser a doença mais notificada no país, verificando-se, entretanto, uma redução da taxa de letalidade de 0,31 para 0,17 entre 2017 e 2022.
“Aumentamos em 50% as unidades sanitárias de primeiro nível de atenção que fazem diagnóstico e seguimento das doenças crónicas não-transmissíveis que mais afectam a população, nomeadamente a hipertensão arterial e as diabetes. Todos esses indicadores revelam que temos hoje um Serviço Nacional de Saúde mais forte e resiliente, contudo reconhecemos haver ainda um longo caminho a percorrer”, disse.
Mais projectos
O Chefe de Estado afirmou que a carteira de projectos a nível central prevê 31 projectos de investimento público, com destaque para 14 hospitais gerais, três hospitais materno-infantis de nível terciário, 10 unidades de tratamentos especializados, com realce para os futuros Hospital dos Queimados, Hospital de Oncologia, Hospital de Traumatologia e Hospital de Oftalmologia.
Nesta perspectiva, falou da recente reinauguração do Hospital Especializado Neves Bendinha, e anunciou, para este mês, a inauguração do Hospital Geral de Caxito.
Para o próximo ano, perspectiva-se a inauguração de inaugurar um elevado número de hospitais, nomeadamente o Hospital Geral do Sumbe, o Hospital Geral de Ondjiva, o Hospital Geral de Ndalatando, o Hospital Geral de Viana, o Hospital Geral de Cacuaco, o Hospital Geral Pedalé em Luanda e o Hospital Municipal do Luau.
De acordo com o Titular do Poder Executivo, a carteira de projectos para o sector da saúde inscreve ainda a construção dos Hospitais Gerais da Catumbela, do Bailundo, do Dundo, de Malanje, o novo Hospital Militar Principal e conclusão do Hospital Geral de Mbanza Kongo.
Ao nível local, no âmbito do PIIM, estão em construção 163 unidades sanitárias que vão aumentar a cobertura nos níveis de proximidade. Até 2027, prevemos admitir cerca de 10.800 médicos e 78.500 enfermeiros para integrarem as unidades sanitárias em construção e a construir.
João Lourenço realçou que a atenção aos cuidados primários de saúde contribuir para o aumento da esperança média de vida dos angolanos em quatro anos, entre 2017 a 2022, tendo passado de 58 para 62 anos.
Adiantou ainda que a mortalidade de crianças menores de cinco anos baixou de 167 para 75 por mil nascidos vivos, enquanto o acesso aos cuidados primários de saúde triplicou, tendo passado de 25% para 70%. ART/VM