Lubango – Especialistas em administração pública, académicos e munícipes da Huíla acreditam que a institucionalização dos novos nove municípios, pode acelerar o crescimento económico dessas circunscrições em infra-estruturas e serviços fundamentais, como saúde, educação e lazer.
Com a Divisão Política e Administrativa (DPA) a Huíla passou de 14 para 23 municípios, sendo os novos ex-comunas, nomeadamente a Palanca (desmembrado da Humpata), Hoque (Lubango), Chigungo (Quipungo), Capelongo (Matala), Capunda Cavilongo (Chibia), Dongo (Jamba), Galangue (Cuvango), Viti Vivali e Chitutu (Cacula).
Em declarações hoje, quinta-feira, à ANGOP, os interlocutores foram unânimes em afirmar que as novas administrações vão ajudar a reduzir as assimetrias regionais, a encurtar distâncias na procura por serviços administrativos e melhorar a qualidade de vida dos residentes, porque terão orçamento próprio.
O especialista em administração pública, António Damião, sublinhou ser uma decisão que, além de constituir um marco histórico, “é um ganho para a sociedade que vai criar condições necessárias para as pessoas viverem melhor, sobretudo em infra-estruturas”.
Na mesma senda, o politólogo, José Puaty, sugeriu que para o crescimento de cada um dos novos municípios é preciso apostar na construção de novas vias de comunicação, da rede de comunicação, serviços de justiça, bancos comerciais e em infra-estruturas desportivas.
Sobre o assunto, o sociológico, Gabriel Chipalanga, defende os administradores a serem nomeados para essas edilidades apostem em projectos que promovam a empregabilidade e que criem incentivos para atrair técnicos que agreguem valor ao desafio.
Por sua vez, o reitor da Universidade Mandume Ya Ndemufayo (UMN), Sebastião António, considerou que a implementação da nova DPA, deve andar agregada à academia, para potenciar a formação técnica e profissional dos seus quadros.
Convidado a abordar a questão, o docente universitário, José Maiato, considerou que o sucesso desses municípios dependerá de uma governação de proximidade que deve ser aglutinada à transparência e ao respeito pela boa gestão do erário, por se tratar de zonas, algumas desprovidas de quase tudo.
Entretanto, o delegado provincial da União Nacional dos Artistas e Compositores (UNAC-SA), Serafim Afonso, defendeu a necessidade dos novos municípios criarem infra-estruturas culturais, para melhor dar resposta ao programa de desenvolvimento das artes, desde a música, teatro, dança e literatura.
O munícipe, Belchior Calueyo, considerou que o processo de recrutamento de quadros nos novos municípios deve dar prioridade à juventude residente, como forma de aproximar e congregar as pessoas.
Na Huíla, esta é o segundo ajuste administrativo do seu território, em 49 anos de independência, depois das ascensão da antiga comuna da Cacula, que pertencia ao Lubango, a município, em 2011, cujo crescimento é notável, como descrevem os munícipes. JT/MS