Caxito – A Empresa Pública de Água e Saneamento, EPAS Bengo, está a desenvolver, desde 27 de Maio último, uma campanha de corte no abastecimento de água, em toda a extensão do município do Dande, província do Bengo.
Com a duração de 15 dias, a campanha afecta todos clientes e consumidores em centralidades, condomínios, bairro social e instituições de forma geral.
Em causa está a dívida de cerca de 388 milhões de Kwanzas contraída por 13 mil clientes ao longo dos últimos anos, disse em entrevista à ANGOP, o chefe do departamento Comercial da EPAS/Bengo, Velhinho da Gama.
De uma forma geral existem consumidores com dívidas desde 2019, cujo fornecimento de água já lhes foi interrompido, pontualizou.
O corte visa persuadir os clientes a efectuarem o pagamento do seu consumo, para que a empresa possa recuperar a dívida e realizar os projectos que tem em carteira.
“Chega a um momento em que a cobrança deve ser coerciva para inibir qualquer tendência de se furtarem da sua responsabilidade”, sublinhou.
Sobre a celebração de contratos e o corte, lembrou que nos últimos anos, a EPAS lançou uma campanha promocional que teve a duração de 5 anos, cujo pagamento poderia ser feito em duas ou três prestações, mas teve pouca aderência.
Em 2023, continuou, a EPAS estipulou o prazo de seis meses (de Junho a Novembro) para todos os clientes regularizarem a sua situação e, posteriormente, concedeu mais dois meses (Dezembro e Janeiro de 2024).
Na centralidade do Capari, por exemplo, em que a EPAS herdou o activo em funcionamento da EPAL, esclareceu que a construção desta infraestrutura foi feita já com a interligação directa, tendo a EPAL deixado apenas as válvulas fechadas.
Aqui, os moradores que já encontraram a água a jorrar em suas casas, e que não possuíam contrato a partir da EPAL, foram alertados a celebrarem o documento na EPAS Bengo com o prazo respectivo de seis meses, mais dois, explicou.
“Os que apareceram receberam documentos provisórios e posteriormente os contratos, os que não cumpriram com estes pressupostos foram colocados no grupo que pratica o vandalismo”, sublinhou.
O responsável referiu-se também aos consumidores sem contrato, as ligações anárquicas praticadas por clientes não só da centralidade, mas também nos vários bairros, aos problemas de roturas por meio de ligações sem autorização da empresa, assim como o material utilizado nestas ligações.
Sublinhou que a falta de pagamento da dívida tem influenciado negativamente no processo de produção da empresa, particularmente na implementação de projectos de extensão da rede de distribuição.
Com a recuperação deste valor a empresa poderá adquirir contadores, estender a rede de distribuição de água nas zonas do Paranhos, Sassa Pedreira, Kissoma, Sassa povoação e na urbe da Açucareira, disse.
A empresa tem em curso desde finais de 2022, na cidade de Caxito, as obras para 4 mil novas ligações domiciliárias. Deste número de residências menos de 100 celebraram os seus contratos.
Até o momento foram instalados cerca de 2.000 contadores nas zonas urbanas, instituições públicas e privadas, Centralidades Teresa Afonso Gomes e do Capari.
Na cidade de Caxito as lojas da EPAS Bengo estão abertas de segunda a sábado para celebração de contratos e pagamento de consumo de água. FS/IF