Lubango – Pelo menos 200 unidades de sabão epiderme foram distribuídas desde Junho último à comunidade albina dos municípios do Lubango e Chicomba, província da Huíla, no quadro do projecto “Luzes do Albino” da empresa Edcrisma e Filhos - Comércio e Serviços Lda.
Cada unidade contém dois quilogramas do produto forrado em embalagem de plástico. A iniciativa está enquadrada no âmbito da responsabilidade social da empresa, vocacionada na produção de diversos detergentes a base de produtos naturais.
Ao falar do projecto, o director técnico da empresa, João Diogo afirmou que a iniciativa nasce em Junho de 2022, em função das dificuldades enfrentadas pelos albinos e da imperatividade de cada um contribuir para uma Angola melhor e cada vez mais inclusiva.
Declarou tratar-se de um sabão testado no Laboratório Regional Agro-alimentar do Luhongo, em Benguela, pertencente ao Serviço Nacional de Controlo da Qualidade dos Alimentos e é adequado para a limpeza e protecção da pele de albinos, assim como de idosos.
Entre os benefícios do sabão, a fonte disse contribuir na resistência, assim como proporciona brilho e evita o ressecamento da pele.
Mencionou que a ideia é que não obstante do sabão, produzir com o tempo, outros detergentes e cosméticos que possam ajudar o portador do albinismo a ter um estilo de vida mais saudável.
A doação, conforme a fonte, será bimensal e para tal precisa-se de parcerias públicas ou privadas, para mobilizar a matéria-prima, com vista a alargar a produção.
Avançou que para produzir o sabão epiderme as matérias-primas são os óleos de palma, de oliva e de abacate, bem como soda cáustica, água potável, vinagre de álcool e açúcar.
Frisou que depois da Huíla, o projecto será levado a outras províncias do país, no entanto está em curso, um programa de formação de albinos, a partir da segunda semana de Outubro, em matérias de produção do referido produto.
A par desta formação, João Diogo afirmou estarem a trabalhar para criação do Grémio Ecológico de Angola para a defesa dos interesses do albino, uma instituição que iria trabalhar com a associação existente na promoção de formações em dermatologia, nutrição e ambiente, com a finalidade de tornar o albino mais visível na sociedade.
Por sua vez, o responsável do núcleo da Huíla, da Associação de Apoio de Albinos de Angola Alcides Hungulo ressaltou que uma unidade do sabão pode ser usada por uma pessoa durante três meses, o que satisfaz a comunidade, que manifestou satisfação no uso do produto, pois o mesmo trás também a questão da protecção solar reservada.
"A empresa chegou num momento importante para apoiar as pessoas portadoras de albinismo, quer no sabão quer no creme, óleo e outros produtos potenciais da empresa, de forma natural, sem precisar gastar com os protectores, cujos preços chegam a ser onerosos", reforçou.
Actualmente a base de dados do Hospital Central do Lubango, tem cadastrados mais de 800 albinos, ao passo que a associação em causa controla mais de 200 membros entre portadores do albinismo e não só.
A empresa Edcrisma e Filhos-Comércio e Serviços Lda., de origem angolana, existe há cinco anos, e para além da Huíla tem a sede no Cuando Cubango e representações nas províncias do Huambo, Benguela e Luanda, com mais de cem tralhadores. EM/MS
