Luanda – O embaixador extraordinário e plenipotenciário de Angola no Egipto, Nelson Cosme, recomendou os angolanos a pautarem pela construção de uma nação livre, para fortalecer e consolidar a unidade nacional e o Estado democrático de direito.
Segundo o diplomata, o objectivo é dar continuidade à luta daquelas gerações que arriscaram as vidas em prol do bem comum, concretamente a independência nacional, paz e unidade.
Numa mensagem destinada à comunidade angolana no Egipto, no quadro do 4 de Fevereiro, Dia do Início da Luta Armada de Libertação Nacional, que hoje, domingo, se assinala, Nelson Cosme refere que a data constitui o passo decisivo para a existência de Angola, como um país livre, soberano e independente.
“Graças aos sacrifícios consentidos pelos filhos desta grande Nação, foi possível criar as condições para a conquista da independência, da paz, para a reconciliação entre os angolanos e a construção de um futuro de desenvolvimento e progresso, que hoje continuamos a edificar, na perspectiva de uma Angola cada vez melhor”, realçou.
Referiu que o Executivo tem apostado nos factores de desenvolvimento, para a edificação de uma Angola cada vez melhor, como melhor forma de honrar os esforços de todos aqueles que, há 63 anos, iniciaram o percurso pela liberdade.
Pediu uma reflexão em torno daqueles que se arrojaram na luta pela autodeterminação e independência de Angola, assim como a transmissão dos seus feitos às novas gerações, que devem receber um legado de amor à pátria e abnegação ao trabalho, em prol da satisfação das necessidades do povo.
Explicou que o 4 de Fevereiro de 1961 não surgiu por acaso, pois, um mês antes, a 4 de Janeiro, tinha havido levantamentos populares na Baixa de Kassanje, tendo daí resultado autênticos massacres, com população dizimada pelas autoridades coloniais.
“Mas temos de saber que o grupo heróico de angolanos que iniciaram a luta armada de libertação seguiu as pegadas de uma série de outros angolanos que, ao longo dos últimos séculos, se bateram contra a ocupação colonial da nossa terra e contra o poder colonial, que afirmava que os africanos tinham de ser dirigidos por europeus”, acrescentou.
Conforme o diplomata, a história de Angola está repleta de heróis que marcaram, com palavras, actos e o próprio sangue, uma postura digna de representantes do povo.
Asseverou que estes angolanos não concordavam com a presença das autoridades coloniais e com a subalternização dos angolanos, na sua própria terra.
Lembrou dos nacionalistas Paiva Domingos da Silva, Imperial Santana, Virgílio Sotto Mayor, Neves Bendinha, já falecidos, entre outros que desencadearam o ataque à Cadeia de São Paulo e à Casa de Reclusão, em Luanda, dando início à Luta Armada, que culminou com a proclamação da independência nacional, a 11 de Novembro de 1975.
No dia 4 de Fevereiro de 1961, um grupo de angolanos pegou em catanas e se dirigiu às cadeias de Luanda, para libertar os presos políticos e mostrar ao mundo que o regime colonial português podia e devia ser derrotado.
A efeméride decorre sob o lema “preservando os valores da pátria, honremos os nossos heróis”. OHA