Luanda – O Dom Alexandre cardeal do Nascimento serviu a igreja com fidelidade e generosidade, sempre comprometido com a causa dos jovens destacou esta segunda-feira, a Embaixada de Angola na Suíça.
De acordo com uma nota de condolências da Missão Diplomática Angolana na Suiça, a que à ANGOP teve acesso, Dom Alexandre do Nascimento foi um notável filho de Angola.
Para além de se destacar nos aspectos da religião, a nota sublinha que o cardeal, falecido a 28 de Setembro de 2024, aos 99 anos, vítima de doença, também comprometia-se com as comunidades mais necessitadas de Angola, de África e do mundo.
Nascido na província de Malanje, a 1 de Março de 1925, estudou nos seminários de Bângalas, de Malanje e de Luanda.
Em 1948, foi enviado para a Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, onde obteve o bacharelado em Filosofia e a licenciatura em Teologia, sendo ordenado Padre a 20 de Dezembro de 1952.
Enquanto padre, tornou-se professor de Teologia Dogmática do Seminário Maior Arquidiocesano do Sagrado Coração de Jesus, em Luanda, e redactor-chefe do Jornal Católico "0 Apostolado", entre 1953 e 1956. Exerceu a função de Pregador da Sé Catedral, de 1956 a 1961.
A 10 de Agosto de 1975, foi nomeado bispo de Malanje, sendo ordenado a 31 de Agosto de 1975, na Sé Catedral de Luanda
A 3 de Fevereiro de 1977, foi promovido a Metropolitano do Lubango
Arcebispo administrador apostólico ad nutum Sancta Sedis da Diocese de Ondjiva.
A 5 de Janeiro de 1983 foi anunciada a sua criação como Cardeal, pelo Papa João Paulo II. Na sequência, Alexandre do Nascimento foi transferido para a Arquidiocese de Luanda, a 16 de Fevereiro de 1986, tendo dirigido esta
região até 23 de Janeiro de 2001.
Foi, também, presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, entre 1990 e 1997, e a 5 de Junho de 2015 ingressou na Ordem dos Pregadores.
Além de ter uma vida activa religiosa, o Cardeal também escreveu várias obras, entre elas destacam-se "Após 15 anota uma hora verdadeiramente eucarística nas ruas de Luanda: alocução feita no termo da procissão do corpo de Deus", "Caminhos da Esperança', "Como eu li o Livro de Rute", "Diário íntimo e outros escritos de piedade", "Do Conceito da Civilizaçāo Suas Incidências", "Do homem sem fé Suas possibilidades e Limites Segundo Francisco Suárez".
Quanto aos escritos pastorais, destaque para "Experiência constitucional angolana e justificação dos direitos fundamentais", "Livro de ritmos", "Meditações para o ano Santo", "Pequeno livro de Nossa Senhora" e "Sobre o
belo e a Moral".
Igreja Teosófica Espírita enaltece figura de Dom Alexandre do Nascimento
Por seu turno, a Igreja Teosófica Espírita descreveu , esta segunda-feira, em Luanda, Dom Alexandre do Nascimento como um homem de valores e princípios que vão além de um líder religioso e espiritual.
Segundo uma nota de condolências dessa congregação religiosa, a que ANGOP teve acesso, os feitos do único cardeal angolano tornaram-no numa referência incontornável.
O comunicado avança que a referida igreja vai honrar a luta do Cardeal com maior entrega e determinação na defesa daqueles que foram os seus principais ideais no decurso da sua vida. AMC/SEC