Lobito – A eliminação das ligações domiciliares ilegais de energia eléctrica no país, só será possível com a expansão da rede, afirmou o Presidente do Conselho de Administração da Empresa Nacional de Distribuição de Energia (ENDE), Helder Adão.
Falando à ANGOP, na cidade do Lobito, província de Benguela, o PCA explicou que elas (ligações ilegais) surgem fundamentalmente quando existem “ilhas” na electrificação de certas localidades.
“Há bairros em que uma parte está electrificada e outra não. Aqueles cidadãos que se encontram nas zonas onde ainda não existem esses serviços vêm a necessidade de optar pela ligação ilegal”, justificou o PCA.
Helder Adão disse, no entanto, que o projecto de expansão da rede eléctrica, por via das centrais fotovoltaicas, a curto e médio prazo vai beneficiar várias localidades do país, lembrando que a electrificação é um processo que leva anos.
“Nos próximos cinco anos, o país não vai ficar totalmente electrificado, porque este sector absorve muitos recursos financeiros e os investimentos devem ser feitos de forma escalonada, pois tem a ver com a cobertura da oferta para depois expandir a rede", frisou.
O PCA referiu-se igualmente sobre os Postos de Transformação (PT) privados, que têm causado controvérsias entre os proprietários dos equipamentos, a ENDE e a população.
Explicou que esses equipamentos só são permitidos a entidades privadas que exercem uma actividade específica e a sua potência deve ser acima dos 50 kaveares.
“Muitos querem fazer daquilo um negócio, cobrando preços exorbitantes e furtando-se de pagar à ENDE, mas, em contrapartida, confrontam-se com a reclamação da população.
Segundo o PCA, há casos em que os proprietários acabam por desistir da sua posse e retiram-no ou entregam-no à ENDE.
Por outro lado, muitos cidadãos têm sabotado as linhas de transporte em várias zonas do país, com o intuito de vender o cobre, causando enormes prejuízos técnicos e financeiros ao Estado.
Apesar de muitos deles estarem já a contas com a justiça, o PCA da ENDE é de opinião que a melhor medida para desencorajar esta prática é cada cidadão fazer o papel de polícia, promovendo-se a cultura da denúncia.
Defendeu que a insistência neste crime deve-se a alguém que os incentiva e nesse caso é necessário atacar esses cidadãos.
“Temos milhões de postes e é humanamente impossível colocar um polícia a controlar cada um. Todos devemos estar comprometidos com os bens públicos, é assim em todo o mundo”, concluiu.