Lubango – Quatro efectivos da Polícia Nacional na Huíla, afectos ao Departamento de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP) estão detidos e sob custódia do Serviço de Investigação Criminal (SIC) por extorsão e burla de 800 mil kwanzas a um comerciante de nacionalidade chinesa.
Trata-se de quatro oficiais, dos quais um inspector-chefe, dois subinspectores e um 1º subchefe, com idades entre os 31 e 44 anos, entre eles está o chefe de operações do DIIP. Foram detidos a 29 de Fevereiro, mediante um mandado de detenção do Ministério Público.
Nos suspeitos foi aplicada, no dia 01, do mês em curso, a medida cautelar de prisão preventiva por um juiz de garantias do Tribunal de Comarca do Lubango.
Em declarações à ANGOP hoje, terça-feira, o chefe do Departamento de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP) na Huíla, superintendente Pedro Cassoma Mendes, a detenção ocorreu depois dos efectivos visados terem realizado uma operação, que visava travar a inserção fraudulenta de moeda estrangeira falsa no mercado.
Referiu que os efectivos tiveram uma denúncia da existência de um cidadão de chinês com somas avultadas de dólares falsos e pretendia comercializar, pelo que a equipa dirigiu-se à zona da Senhora do Monte e deteve o cidadão em posse de 39 mil e 900 dólares, no pretérito dia 24 de Fevereiro.
Pedro Cassoma Mendes acrescentou que os efectivos transportaram o chinês até o Departamento e ali aperceberam-se que não era o proprietário da moeda e que a denúncia não conferia, pelo contrário, era o denunciante, um cidadão nacional, o verdadeiro dono do dinheiro falso, que por razões ainda por investigar, desentendeu-se com o então “parceiro de negócio”.
“Os efectivos aproveitando-se desta situação, exigiram do chinês, para a sua libertação, o pagamento de 800 mil kwanzas e o mesmo sabendo que era a vítima pagou o referido valor por transferência bancária para uma conta de um parente dos colegas envolvidos na operação, para desviar as suspeitas”, explicou.
Posteriormente o chinês, negociante de Luanda, apresentou queixa ao SIC e os efectivos foram detidos, assim como o cidadão que forneceu os dólares ao estrangeiro.
Sem precisar, fez saber que dentro do DIIP já existiram casos de corrupção em que os efectivos são afastados da especialidade, mas trata-se do primeiro de burla e extorsão.
Do ponto de vista disciplinar, o superintendente fez saber que desde o momento que os efectivos foram detidos, o DIIP afastou-os das suas funções e remeteu uma informação, com proposta de abertura de processo disciplinar, junto do Comando Provincial, cujo procedimento já está aberto.
Este processo, segundo a fonte, pode trazer várias consequências, dentre as quais a demissão ou até mesmo a despromoção dos colegas. Neste caso todos são arguidos sem antecedentes criminais”, lembrou. EM/MS