Lubango - Deputados à Assembleia Nacional, pelo circulo da Huíla, destacaram hoje, sábado, que o arcebispo emérito do Lubango, Dom Zacarias Kamwenho, “foi uma figura importante” no processo da pacificação do país e o é agora na construção da democracia.
Ao falar à margem da missa de acção de graças pelo jubileu dos 50 anos de ordenação episcopal de Dom Zacarias Kamwenho, o deputado pela bancada parlamentar da UNITA, Augusto Samuel, disse que a importância do arcebispo “transcende o país, é mundial”, daí o reconhecimento com o Sakharov, em 2001.
Manifestou ter sido importante no processo da pacificação e é ainda na construção de um país verdadeiramente reconciliado, daí a necessidade de se aproveitar mais os conselhos da individualidade, diante dos desafios que Angola tem, principalmente na sua mensagem que apela para abandonar a exclusão e incluir mais aquilo que constrói.
Já o deputado pela bancada parlamentar do MPLA, José Miúdo Ndambuka, disse que Dom Kamwenho “atravessou” a etapa da colonização, da independência e depois da paz, daí ser uma figura “incontornável” que acumulou muitas experiências, sobretudo da pacificação do país e na sua democratização.
Destacou ter sido um elemento importante para a dignidade das pessoas nesses 50 anos de episcopado e para aprender com temos de contornar as dificuldades, reconciliar as famílias, não só os partidos políticos, mas todos.
Por sua vez, Dom Zacarias Kamwenho, que entregou uma cruz a todos os governantes no evento, avançou que é preciso operar-se mudanças profundas na estratégia de gestão do país, corrigindo verdadeira mente o que está mal.
“Quero continuar a caminhar e juntos fazer de Angola um país exemplar, nem que abdiquemos de tudo aquilo que é do passado, trazendo uma vida nova neste jubileu que se aproxima destes 50 anos de independência”, ressaltou.
O evento com a duração de quatro horas contou com a presença do governador da Huíla, Nuno Mahapi e seus membros, deputados, bispos, sacerdotes, religiosos, formandos, fieis em geral, entre outros.
Dom Zacarias Kamwenho nasceu em Setembro de 1934 em Chilumbo, no Balilundo, província do Huambo, está com 90 anos. Entrou no seminário com 13 anos. Em 1960 foi ordenado a diaconal, no ano seguinte a sacerdote e em 1974 nomeado bispo auxiliar de Luanda. No mesmo ano teve a ordenação episcopal no Huambo e foi nomeado bispo titular de Sumbe em 1975.
Em 1995 nomeado arcebispo coadjutor do Lubango, dois anos depois nomeado a arcebispo titular do Lubango. Em 2001, o parlamento europeu galardoou como prémio Sakharov. Em 2009, arcebispo emérito do Lubango. Foi presidente do Comité Inter-Eclesial para a Paz em Angola (COIEPA), vice-presidente e presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST). EM/MS