Luanda – O equilíbrio do género, com menos decisões tendenciosas, promoveria um grande impacto nas acções de paz em África, afirmou, esta sexta-feira, a enviada do secretário geral da ONU para a RDC, Binto Keita.
Dissertando o tema o “Papel da Mulher da Consolidação da Paz e Prevenção de Conflitos”, inserido no I Fórum Internacional da Mulher para a Paz e Democracia, a diplomata advogou, por isso, mais participação das mulheres nos processos de paz, visando soluções sustentáveis para a resolução de conflitos.
Disse ser necessário que as mulheres trabalhem junto dos homens, de forma a contribuir na mudança da dinâmica em torno da pacificação e segurança do mundo.
Para que essa participação tenha um impacto significativo, frisou, é importante aumentar o papel das mulheres na tomada de decisões.
Nesta perspectiva, Binto Keita defendeu uma governação política sem marginalização, incentivando o sonho de uma África livre da emigração.
Falando sobre o mesmo tema, a embaixadora de Moçambique em Angola, Osvalda Joana, referiu que as mulheres são as que mais sofrem com as guerras, devido a violação dos seus direitos, sobretudo sexual, daí a necessidade da sua integração nos processos de paz.
Enalteceu o apoio de Angola à candidatura do seu país para membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU.
O evento teve como objectivo capitalizar a importância e a reflexão da paz e a democracia no continente africano, bem como reafirmar o compromisso político com a igualdade de género, o empoderamento da mulher e meninas.
O I Fórum Internacional da Mulher para Paz e Democracia decorreu sob o lema "Inovação Tecnológica como ferramenta para o alcance da segurança alimentar e combate à seca no continente africano”.
Figuras importantes como a ex-Presidente da Libéria, Ellen Johnson, ex-Vice-Presidente da Costa Rica, Epsy Cambell Barr, representantes das Nações Unidas e diplomatas apresentaram os cinco painéis temáticos em abordagem no evento, aberto quinta-feira.
“Os desafios da globalização no processo de empoderamento do género”, “Inovação Tecnológica e educação para o alcance da igualdade do género”, “A formalização como mecanismo de inclusão social e financeira”, “Desafios da segurança alimentar e alterações climáticas no continente africano” e o “Papel da mulher na consolidação da paz e preservação de conflitos”, são os assuntos agendados para debate no encontro internacional. FMA/ART