Cuito – A comunicóloga Marleny Chiengo reconheceu hoje, sexta-feira, os avanços significativos registados em termos de presença da mulher na mídia angolana ao longo dos 50 anos de Independência Nacional.
A especialista fez este reconhecimento quanto abordava A representação da mulher na mídia e seu impacto na sociedade como ganho dos 50 anos de Independência Nacional”, durante uma mesa redonda promovida pelo Gabinete da Juventude e Desportos em parceria com o Gabinete da Ação Social, Família e Igualdade no Género do Bié.
O evento, que se insere nas comemorações da jornada Março Mulher, contou com a participação das diversas individualidades da sociedade da província, com destaque para o franja feminina.
Marleny Chiengo destacou que, no início da independência, a presença feminina na mídia era restrita a papéis limitados, como atrizes de teatro, novelas, cinema e participantes de concursos de beleza.
Já nos dias actuais, no entanto, a narrativa se transformou, e já se fala da mulher como empresária, política e protagonista de suas próprias histórias, contribuindo de forma substancial para o desenvolvimento da sociedade e do país.
Neste quesito, também admitiu o aumento significativo do número de mulheres enquanto profissionais do sector, como jornalistas, apresentadoras, locutoras, para além de trabalhadoras administrativas.
Outro ganho destacado por Marleny Chiengo tem que ver com a redução da representação da mulher com nudez na mídia, especialmente em publicidades, resultado das reformas implementadas para combater práticas que desvalorizam a imagem feminina, com destaque para a revisão da lei da publicidade.
Contudo, enfatizou que ainda há um longo caminho a percorrer, para garantir uma presença mais significativa das mulheres, especialmente em discussões sobre variados assuntos sociais analisadas na primeira pessoa.
A mesa redonda contou ainda com a participação da enfermeira Zeferina João, que criticou a forma de exposição das mulheres nas redes sociais, ressaltando a importância da ética e do pudor feminino.
Por sua vez, a jurista Arleth Velozo, outra painelista, destacou os avanços na aprovação de leis e ratificação de instrumentos jurídicos internacionais pelo Estado angolano, que visam proteger os direitos das mulheres e promover a igualdade de oportunidades e equidade de género, situação que também tem influenciado, de forma positiva, no aumento da sua presença na mídia.
Ao proceder ao encerramento do evento, o vice-governador para os Serviços Técnicos e Infra-estruturas, José Fernando Tchatuvela, enalteceu a iniciativa e escolha do tema, por quanto permitirá o incentivo da género feminino na mídia, um espaço privilegiado para a discussão de vários assuntos, para o contributo do desenvolvimento da sociedade.
As jornadas do Março Mulher decorrem sob lema:" Para Todas as Mulheres e Meninas: Direitos, Igualdade e Empoderamento". VKY/PLB