Libolo – Um milhão de metros quadrados , que compreendem cinco campos, foram desminados na província do Cuanza-Sul, entre Setembro e Novembro do corrente ano, pela organização não-governamental belga APOPO, soube a ANGOP.
A informação foi prestada, este sábado, pelo director da APOPO em Angola, Manuel João Agostinho, salientando que durante a clarificação deste área foram removidos e destruídos dois mil 410 explosivos, dos quais 54 mina diversas, 42 morteiros de diversos calibres e duas mil 250 munições diversos.
Acrescentou que os trabalhos, num total de 49 tarefas pontuais realizadas nos municípios do Amboim, Ebo, Libolo, Quibala, Cassongue, Porto Amboim, Seles e Mussende, permitiram, igualmente, a remoção de 15 projécteis diversos, 30 dilagramas, 17 granadas, uma arma de fogo e respectivo carregador.
O responsável assinalou que a realização de acções operativas de remoção de engenhos explosivos em várias localidades consistiu na desminagem de cinco campos anteriormente identificados, que constituíam perigo para a população.
Esclareceu que os cinco campos compreendem a um milhão de metros quadrados, que agora estão livres de minas, permitindo a circulação livre e segura de 20 mil pessoas, maioritariamente camponeses.
Acrescentou que, nesse período, foram realizadas 31 sessões de educação sobre riscos de engenhos explosivos, com o envolvimento de 10 mil pessoas, para prevenir os incidentes com minas.
Manuel Agostinho informou que a execução do programa contou com o apoio do Governo angolano e de parceiros como a Bélgica e o Japão, uma acção que irá continuar em 2025 nos municípios do Libolo, Amboim, Ebo e Seles.
“O objectivo é baixar o índice de contaminação da província com remanescentes de guerra, que ainda continuam a fazer vítimas em distintas comunidades, pois o Cuanza-Sul, com 86 campos minados e perto de seis milhões de metros quadrados, continua a ser a quarta província mais minada do país”, frisou.
Por sua vez, o representante da Agência Nacional de Acção contra Minas no Cuanza-Sul, Marques Miguel, reconheceu que os campos suspeitos na província constituem preocupação das autoridades angolanas, daí ter encorajado os doadores internacionais a continuarem a apoiar as acções contra minas na província.
A autoridade tradicional máxima da localidade do Lussusso, António Francisco, manifestou satisfação com as acções desenvolvidas pela organização não-governamental APOPO, por ter removido os engenhos explosivos, que preocupavam as pessoas.
“Estou satisfeito com o que acabamos de assistir e devo lembrar que ainda, este ano, duas crianças perderam a vida, em consequência das minas”, disse.
Entre 2002 e 2023 registaram-se na província do Cuanza-Sul 65 acidentes e 119 vítimas com minas e algumas resultaram em mortes.LC/ALH