Lobito - Familiares de crianças vítimas de abuso sexual em Novembro de 2023, nesta cidade, alegadamente praticado por pescadores chineses, interagiram esta quarta-feira com cinco deputadas à Assembleia Nacional de Angola, soube a ANGOP.
A delegação, chefiada pela Presidente do grupo parlamentar de mulheres, Tereza José Adelina da Silva, deslocou-se ao bairro do Lobito Velho, um dos mais antigos daquela urbe, onde ocorreu o cenário.
Ali, colheram informações detalhadas sobre a estratégia, supostamente, usada pelos cidadãos chineses para chegarem até as meninas, com ajuda de duas jovens adultas.
Para o efeito, conversaram com o soba, Silva Miranda, e também ouviram o depoimento da mãe de uma das vítimas.
Falando à imprensa, a Presidente do grupo parlamentar justificou a visita, hoje, dizendo que tiveram de recolher primeiro informações para virem ao Lobito com segurança.
"Foi bom interagir com a comunidade, saber do administrador que a família está a ser acompanhada por um psicólogo e vamos acompanhar para ver qual será o desfecho do caso", prometeu.
A deputada disse que deixou alguns conselhos à comunidade do Lobito Velho, que tem a ver com a denúncia, no caso das crianças serem novamente molestadas, e ocupá-las com a frequência às escolas.
"Vamos produzir um relatório e fazer chegar à Presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, e depois interagir com as entidades encarregadas de resolver este assunto", afirmou a deputada.
Por sua vez, o administrador municipal do Lobito, Evaristo Calopa Mário, considerou a visita oportuna, na medida em que "as deputadas juntaram-se às vozes que repudiam veementemente o sucedido no bairro do Lobito Velho".
"Os órgãos de Justiça estão a tratar do caso, que já está em fase conclusiva, e isso acalenta-nos porque o crime não pode ficar impune", afirmou.
Apesar de ser um caso isolado, o administrador assegurou que os órgãos policiais estão a fazer o seu trabalho no sentido de debelar acontecimentos do género, em qualquer parte da cidade do Lobito.
Situação semelhante levou as deputadas à povoação da Caota, zona pesqueira e balnear de Benguela, onde há denúncias de que pescadores e vendedores de gelo de nacionalidade chinesa também aliciam as adolescentes para abusarem delas, em troca de valores monetários ou entrega de alguma quantidade de peixe, com a cumplicidade de certos falimiares.
A comitiva foi acompanhada pela coordenadora do círculo provincial de Benguela da Assembleia Nacional, Deolinda Valiangula, a deputada Mona Katchiangue e a vice-governadora para a área Política, Económica e Social, Lídia Amaro. TC/CRB