Lobito - O déficit no abastecimento de água às cidades do litoral da província de Benguela, devido ao estado obsoleto do equipamento, motivou a visita, esta quinta-feira, do Secretário de Estado do sector, António Belsa da Costa, para constatar os constrangimentos no terreno.
Nos pontos por onde passou, o responsável recebeu informações detalhadas sobre o estado do equipamento e seu funcionamento, para posteriormente procurar soluções junto ao Ministério.
Entretanto, o Presidente do Conselho de Administração da Empresa Provincial de Água e Saneamento de Benguela, Paulo Jorge, disse à imprensa que a Estação de Tratamento (ETA) do Luhongo está a produzir 0.8 metros cúbicos de água por segundo, contra os 1.5m3/s que era inicialmente a sua capacidade instalada.
"Estamos com um déficit acentuado", afirmou o PCA, garantindo, no entanto, que já existem projectos em curso para reverter a situação.
Para o sistema voltar a ter uma produção normal, segundo Paulo Jorge, são necessárias quatro bombas novas com a mesma capacidade das actuais, que são de 1.800 metros cúbicos por hora, para serem instaladas da Estação de Bombagem de Água Bruta.
Dali a razão de haver escassez de água nas cidades do litoral, com maior ênfase para as zonas altas da Catumbela e Lobito.
A substituição das referidas bombas demoram algum tempo porque elas são fabricadas por encomenda, devido às suas especificidades, de acordo com os especialistas da área.
Por sua vez, o director do departamento de Controlo de Qualidade, Manuel Samba, explicou ao Secretário de Estado sobre o funcionamento do laboratório da ETA.
Reconheceu que a qualidade da água não é "tão boa" como a desejada.
"Estamos com água tratada com o valor de 3.28 mtu, quando o máximo é cinco. Acredito que não estamos muito longe da referência requerida", afirmou.
Quanto aos reagentes, disse não haver preocupações, na medida em que o Conselho de Administração ajuda a repor no caso falhas.
Referiu-se também sobre a análise da água, dizendo que semanalmente são realizados 50 exames na água da rede e doze no laboratório.
"Além da rede, fizemos a recolha de uma em uma hora para ver como está a água decantada, a sua turvação e por semana temos uma média de 84 amostras recolhidas internamente", esclareceu.
Além da ETA do Luhongo e da Estação de Bombagem de Agua Bruta, o Secretário de Estado foi ver o açude do rio Catumbela, que também vai beneficiar de um projecto de melhoria. TC/CRB