Lubango - A coordenadora do Programa Nacional de Saúde Comunitária do Ministério afim, Maria Tati, defendeu hoje, sábado, no Lubango, província da Huíla, a necessidade de empoderar-se mais as famílias, com vista a produção de alimentação mais nutritiva e fomentar a segurança alimentar no país.
A responsável falava no Fórum regional do Dia Mundial da Alimentação promovido pelo programa de Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola (FRESAN)/Camões I.P, com apoio do governo da Huíla e do Ministério da Saúde.
Maria Tati disse que uma alimentação saudável deve ser variada, embora esteja dependente do que se cultiva, pois para promover a segurança alimentar deve-se ter em conta a cultura das populações.
Reconheceu que há em Angola várias áreas com problemas de insegurança alimentar, muitas vezes não por culta das autoridades, mas por causa dos problemas climáticos que permanecem há anos, o que compromete a produção.
Declarou que face a situação, o governo tem estado a implementar várias políticas e vai continuar, no sentido de melhorar o quadro de seca na região sul do país.
Por sua vez a vice-governadora da Huíla para o sector político, económico e social, Maria João Chipalavela, afirmou que quando se fala se alimentação é de uma diversidade de produtos, a forma de procurar e cozinhar, constituindo um significado profundo na vida das comunidades.
Referiu não se tratar apenas de olhar para os valores proteicos, mas perceber a dimensão profunda que a alimentação tem na vida das comunidades, os rituais que são feitos quando se compra e cozinha um determinado produto.
Na mesma actividade, a coordenadora-geral do FRESAN/Camões, I.P., Patrícia Carvalho, referiu que o seu programa visa minimizar a situação no sul de Angola, reflectindo sobre produção agrícola, sustentabilidade alimentar e nutrição adequada, para alcançar a segurança alimentar.
Fez saber que a organização vai promover uma formação em alimentação saudável para todos os parceiros do programa, que permitirá a capacitação dos profissionais de saúde na realização de sessões de educação alimentar e nutricional, para sensibilizarem as comunidades.
A região sul do país sofreu seca nos anos 2018/19, 2020/2, colocando 1.32 milhões de famílias em situação de insegurança alimentar, sento 114 mil crianças menores de cinco anos de idade na situação de desnutrição aguda.
O evento debateu palestras como desafios e oportunidades da alimentação, nutrição e sustentabilidade alimentar, hortas escolares e pedagógicas, bem como materiais de educação alimentar e nutricional.
O FRESAN entregou simbolicamente matérias de educação alimentar e nutricional, o painel de alimentação saudável, boletins informativos de alimentação e receitas a Mwangolé aos gabinetes de saúde das três províncias (Huíla, Namibe e Cunene) e outros actores ligados ao programa para serem difundidos.
O Fórum Regional do Dia Mundial da Alimentação que decorreu sob o lema “Melhor produção, melhor nutrição, melhor meio ambiente e uma vida melhor em Angola” contou igualmente com uma exposição de alimentos locais e artesanato.
O Dia Mundial da Alimentação é celebrado anualmente a 16 de Outubro, desde 1981. Actualmente mais de 150 países do mundo organizam diversos eventos para assinalar a data de forma a promover a reflexão e uma acção global em prol da segurança alimentar e de uma alimentação saudável para todos.