A província do Cuanza-Norte debate-se com a exiguidade de agências especializadas para a comercialização de urnas, aluguer de transportes e cenários fúnebres, fruto do fraco investimento do empresariado local neste ramo.
A província não dispõe desses serviços. As famílias recorrem as marcenárias e optam por carrinhas para a realização de funeral.
Algumas famílias optam pelos mercados das províncias de Luanda ou de Malanje, para aquisição de urnas, aluguer de cenários e viaturas fúnebres, com custos que vão até um milhão de kwanzas.
Sobre o assunto, o gerente da marcenaria Hoji Ya Henda, Jorge António Fernandes, informou que o seu estabelecimento conta com uma área para a confecção de caixões, com custos que variam de 12 a 30 mil kwanzas para crianças e 45 a 150 mil kwanzas para adultos.
Disse que a dificuldade de acesso ao crédito bancário dificulta o crescimento do negócio, sobretudo na nuance da criação de uma agência funerária com serviços especializados de transporte e outros complementares.
Corroborando da ideia da dificuldade no crédito, o empreendedor Tonilson Gonçalves, que actua igualmente no ramo do comércio de caixões, informou que compra urnas em Luanda para revender em Ndalatando.
As mesmas urnas variam de 50 a 80 mil kwanzas.
Em declarações à ANGOP, alguns cidadãos associaram a falta de agência especializada à factores culturais, tendo em conta que muitos cidadãos consideram os investidores neste ramo como portadores de poderes sobrenaturais.
O cidadão Belchior António Gomes contou que, para as exéquias do seu pai, a família teve que recorrer à uma agência na vizinha província de Malanje, onde despendeu 800 mil kwanzas para a compra de uma urna, aluguer do cenário e uma viatura fúnebre.
Pedro Manuel apelou à classe empresárial do ramo a investirem na província, por constituir uma oportunidade de negócio.
Disse que o aluguer de serviços funebres em outras provincias tem custos adicionais, por causa da distância. LJ/IMA/OHA