Ndalatando - O governador da província do Cuanza Norte, Adriano Mendes de Carvalho, apontou hoje, sexta-feira, a conclusão do projecto de autoconstrução dirigida em edificação na localidade de Km 11, como alternativa à expansão e descongestionamento da cidade de Ndalatando, capital da província.
O projecto, localizado a 11 quilómetros de Ndalatando, está a ser erguido numa área de 262, 32 hectares, para mais de três mil lotes. Conta com 700 parcelas de terra loteadas, das quais 495 foram já distribuídas.
No local, estão a ser preparados, inicialmente, 2.940 lotes, sendo 860 na primeira fase, 1.100 na segunda e 980 na terceira.
Contempla uma parcela de 187,5 metros quadrados (12,5x15 metros) por família, ao custo de 140 mil e 370 kwanzas, a ser liquidado num prazo de 18 meses (cerca de oito mil Kz/mês).
Para além do contrato-promessa, os beneficiários são contemplados, no acto de entrega, com a declaração de posse do terreno, licença de construção, croquis de localização e planta da casa-modelo.
Adriano Mendes de Carvalho fez tal afirmação no acto de homenagem a algumas individualidades da vida pública e privada locais, pelo seu contributo para o desenvolvimento do Cazengo, município-sede da província.
A cidade de Ndalatando, inicialmente concebida para pouco menos de 20 mil habitantes, acolhe, actualmente, 262 mil residentes, facto que, para o governador, está a criar “muitos problemas” estruturais, sobretudo no domínio do fornecimento de água potável.
"Dos anos 60 a 70, o índice populacional aqui era baixíssimo, hoje em dia é muito mais alto. O Cazengo cresceu, a cidade já não suporta", frisou.
O governador considerou o projecto habitacional do “Km11” uma alternativa para os jovens, enquanto se aguarda pela conclusão da Centralidade de Ndalatando, cujas obras se iniciaram há mais de seis anos.
Apontou o facto de estar localizada numa zona plana e nobre, junto à Estrada Nacional 230, sem riscos de inundações e com serviços básicos como energia eléctrica e água potável disponíveis entre as principais vantagens da nova zona residencial.
Apelou aos cidadãos para aderirem ao projecto que constitui uma extensão da cidade de Ndalatando, evitando-se, deste modo, a construção em zonas de risco, como cursos de água, esgotos, montanhas e declives.
O loteamento do KM 11 conta já com água potável fornecida por um furo artesiano instalado no local, energia eléctrica da rede pública e arruamentos.
Está ainda projectada a construção de um posto policial, escola primária, infantário, igreja, posto de saúde, bombeiros, área comercial e de infra-estruturas de recreação e desportivas.
O projecto, que conta já com mais de 100 casas em construção, possui 12 residências-modelo já concluídas, de diferentes tipologias.
O novo bairro constitui o primeiro projecto urbanístico do género a ser implantado no Cuanza Norte, desde a proclamação da Independência Nacional, a 11 de Novembro de 1975.
A cerimónia de homenagem, orientada pelo administrador da circunscrição, Malundo Catessamo, inseriu-se no programa das comemorações do 65.º aniversário da cidade de Ndalatando, que se assinala hoje (28 de Maio).
Visou, também, reconhecer os feitos e dedicação de algumas individualidades da vida pública e privada locais, pelo seu contributo para o desenvolvimento do Cazengo, município-sede da província.
Malundo Catessamo considerou o acto um gesto que visa estimular a participação activa dos munícipes nas acções que visam o crescimento e o desenvolvimento do município.
Ndalatando, capital da província do Cuanza Norte, celebra, nesta sexta-feira, 65 anos, desde que foi elevada à categoria de cidade, a 28 de Maio de 1956.
Para comemorar as festas da cidade, está a ser cumprido um programa de actividades culturais e patrióticas, sob os auspícios da Administração do Município de Cazengo.
Em função das restrições impostas pela Covid-19, a comemoração do 65.º aniversário de Ndalatando está a ser feita simbolicamente.
Anteriormente denominada Vila Salazar, em homenagem ao então presidente do Conselho de Ministros Português, António de Oliveira Salazar, Ndalatando ascendeu à categoria de cidade através do Diploma Legislativo - 2.757, do Boletim Oficial do então Governo português em Angola, datado de 28 de Maio de 1956.
Fontes históricas indicam que a actual denominação Ndalatando resulta da fusão do nome de um líder tradicional Ndala e do seu filho Ntandu, que habitaram a região antes da chegada dos portugueses em Angola, nomenclatura alterada pelo poder colonial e retomada após o alcance da independência nacional, a 11 de Novembro de 1975.
A cidade é habitada por 168.832 populares, dos 171.743 habitantes que compõem o município de Cazengo, segundo dados do Recenseamento Geral da População e Habitação (RGPH), realizado em 2014.