Huambo- Vinte confissões religiosas que actuam ilegalmente, das 68 controladas pela Administração do município do Huambo, começam a ser encerradas, este ano, por não reunirem os requisitos exigidos para a sua regularização, soube a ANGOP.
A pretensão consta no comunicado final da II sessão ordinária da Administração do Município do Huambo, sede da província com o mesmo nome, decorrida quinta-feira, sob orientação do administrador Azevedo Manuel Cambiambia.
O documento, chegado à ANGOP, indica o controlo de 105 igrejas, sendo 68 confissões religiosas ilegais e 17 em via de legalização, muitas delas com instalações inadequadas e em risco de desabar.
Para o efeito, as autoridades vão constituir uma comissão multi-sectorial para reforçar as acções de fiscalização e consequentemente determinar o derrube destas denominações religiosas, tanto ilegais, como àquelas que se encontram em condições precárias de acomodação dos fiéis.
Com esta medida, lê-se, pretende-se evitar a proliferação de seitas religiosas, que aproveitam para extorquir os fiéis e, ao mesmo tempo, disseminar "ideologias negativas" capazes de incitar comportamentos nefastos nas comunidades.
Reagindo ao posicionamento das autoridades locais, o secretário do Conselho das Igrejas Cristãs em Angola (CICA) na província do Huambo, pastor Euclides dos Santos, apelou à legalização cautelosa das confissões religiosas no país, para evitar religiões descomprometidas com a humanização.
Disse que as autoridades governamentais devem seguir critérios exaustivos de apuração das Igrejas, através da observância rigorosa dos métodos presentes nas ciências religiosas e outros modelos sociais que levam em conta os valores humanos, como o cristianismo e a educação moral e cívica.
De igual modo, denunciou a existência de seitas religiosas que contribuem na desvirtualização do argumento eclesiastico e evangélico, apostando num discurso de sucesso financeiro sem esforço laboral e, ao mesmo tempo, em comportamentos que promovem a desunião familiar e a acusação de prática de feitiçaria, principalmente, em crianças e idosos.
O religioso propôs a elaboração de metodologias eficazes e apropriadas para se evitar a proliferação de igrejas ilegais, assim como intensificar o diálogo permanente no sentido de se institucionalizar denominações religiosas comprometidas com bem-estar comum.
Disse que o CICA definiu, para este ano, a expansão dos programas sociais relacionados com campanhas de doação de sangue e de limpeza, visitas às penitenciárias, lares de acolhimento, distribuição de bens de primeira necessidade e a promoção dos princípios éticos nas comunidades, para a concretização prática dos ensinamentos bíblicos.
O CICA tem uma composição, nesta região do país, de 16 Igrejas cristãs. LT/JSV/ALH