Balombo - O ritual de circuncisão tradicional, por via da dança Tchingange, no município do Balombo, província de Benguela, está a perder expressão, devido ao desinteresse da nova geração, apurou a ANGOP.
Segundo a directora municipal da Cultura e Turismo, Bibiana Nassessa, esta prática está a desaparecer significativamente porque as pessoas estão cada vez mais esclarecidas e levam os filhos ao Hospital para proceder à referida operação.
Bibiana Nassessa explicou que ela (circuncisão tradicional) é realizada no tempo seco, que abrange os meses de Junho, Julho e Agosto, e é feita à sangue frio.
"O paciente fica fechado em casas próprias, durante cerca de dois meses, e a família leva comida para ele, enquanto estiver internado. Quando saírem dali, "estão prontos para o treinamento da dança Tchingange", afirmou.
Em relação às danças típicas daquela região, disse que a Direcção da Cultura tem feito campanhas no sentido de resgatá-las, para não desaparecerem face ao desinteresse da juventude.
Trata-se do Nhacto, Njango, Litamba, Thipuete e Tchingufo, inflenciadas pelo povo que se formou com a chegada dos habitantes dos Reinos do Bailundo, Thyaka, Kaconda e dos Ambos.
De acordo com a directora, os sobas têm exercido um papel importante na sensibilização da camada jovem, covidando os mais velhos para passar a sua experiência.
Sobre os espaços de exibição, disse que a sede do município dispõe de um campo multiuso onde os grupos actuam, no espaço adjacente à Administração Municipal do Balombo, como também nas instalações da própria Direcção da Cultura.
Como apoio institucional, os grupos de dança, teatro e música recebem algum estímulo monetário e material, como tecidos, principalmente no dia da Cultura, 8 de Janeiro, e na época do carnaval.
Em relação ao Turusmo, disse que há muitos lugares para serem descobertos, mas, devido às dificuldades financeiras, não há avanços neste sentido.
"O unico símbolo turístico conhecido pelos munícipes e não só, são as águas termais do kota kota", afirmou.
Segundo ela, o local encontra-se em estado de abandono, com as infra-estruturas vandalizadas.
"A Administração já solicitou ajuda ao Governo Provincial no sentido de se encontrar uma solução para a sua recuperação", escalareceu a directora.
As águas termais de Kota-Kota localizam-se na entrada da vila, para quem vem do Lobito.
Na era colonial, dispunha de uma instalação para albergar os turistas, uma pequena área para banhos e actualmente pode-se ver a estrutura antiga onde se engarrafava a "água de propriedades medicinais excepcionais".
O município do Balombo situa-se a 180 quilómetros da sede da província de Benguela e a 150 do município do Lobito. TC/CRB