Malanje- A cidade de Malanje, sede do município com o mesmo nome, completa hoje quinta-feira (13), 93 anos da sua fundação, com foco no crescimento económico e social, rumo a garantia do bem-estar e sustentabilidade da população.
Fundada em 1852, o ex-distrito de Malanje foi elevado à categoria de cidade, em 1932, período em que foi igualmente criada a província de Malanje.
Em alusão a data, os munícipes almejam melhorias no saneamento básico, embelezamento e recelagem das vias, sobretudo do casco urbano e arredores.
Alguns cidadãos entrevistados pela ANGOP, consideraram que estes aspectos vêm conhecendo avanços nos últimos tempos, daí que os focos de lixo tendem a reduzir e as ruas a se tornarem mais limpas, para além de que os espaços verdes vão ganhando vida.
Alguns munícipes foram unânimes em afirmar que a iluminação pública e a sinalização do trânsito através de semáforos, vem dando outra imagem a cidade, embora deve-se melhorar em algumas zonas, tendo em conta as constantes falhas das luminárias e paralisação dos sinais automáticos de regulação do tráfego automóvel.
O administrador municipal de Malanje, Mário Machado precisou que as comemorações da efeméride, marcam um momento especial para a exaltação da história e da cultura da cidade capital da província, para que estes aspectos sejam cada vez mais divulgados e conhecidos.
Entretanto, apelou a população para uma participação activa e cívica na reflexão sobre os avanços e necessidades da circunscrição, valorizando as tradições e respeitando o meio ambiente, entre outros aspectos.
As festividades da cidade de Malanje inserem-se nas comemorações dos 50 anos da Independência Nacional, que decorrem no país, sob o lema “Preservar e valorizar as conquistas alcançadas, construindo um futuro melhor”.
De acordo com o programa das festividades, a noite de quarta-feira (12) foi marcada com um jantar de gala, onde foram homenageadas figuras que deram o seu contributo para o desenvolvimento do município.
O programa reserva para a noite de hoje, quinta-feira, lançamento de fogo-de-artifício, uma mega campanha de limpeza e plantação de árvores, para o reforço do compromisso com um ambiente mais limpo e sustentável, entre outros atractivos, incluindo actividades desportivas e culturais.
As actividades prosseguem até ao dia 28, com a realização do “Café do empreendedor”, uma iniciativa que visa incentivar a juventude e os empreendedores locais a desenvolver os negócios e a partilhar experiências, bem como analisar sobre os desafios futuros e as novas oportunidades de investimento, rumo ao fortalecimento do tecido económico do município de Malanje.
Histórico de Malanje
Malanje foi elevada à categoria de cidade, pelo então primeiro governador da província angolana ultramarina, Veríssimo Sarmento, através do diploma legislativo número 313, de 13 de Fevereiro de 1932.
Com raízes bastante remotas desde a lendária feira de Cassange, Malanje sempre foi assim conhecida pelos portugueses, que iniciaram a penetração comercial e missionária partindo de Luanda e de Benguela Velha, em 1585, criando o presídio de Pungo-Andongo, junto das famosas Pedras Negras (município de Cacuso).
Os nativos desta região, na sua maioria de origem “Gingas” e “Bondos”, eram ferozes e guerreavam constantemente. Este aspecto facilitou sobremaneira no século XIX, a fixação portuguesa, mercê de auxílios prestados, a qualquer dos contendores.
Em 1839 foi criado o presídio de Duque de Bragança (município de Calandula), e em 1852 Malanje foi elevada à categoria de vila e sede do Conselho Português.
Já em 1895, foi criado o distrito da Lunda, cuja sede passou para Malanje em 1896, por ordem do então governador Veríssimo Sarmento. A Vila de Malanje teve também um papel de destaque como ponto de apoio das campanhas militares da Baixa de Cassange.
Em 1908 concluía-se o Caminho de Ferro que ligava Luanda a Malanje, e, então, iniciou-se um “surto” de progresso na vila. Em 1932, Malanje é elevada à categoria de cidade ao mesmo tempo que era criada a “província de Malanje”, englobando os distritos de Malanje e da Lunda.
Finalmente, em 1954, os dois distritos são separados, continuando a cidade de Malanje como capital do seu próprio distrito. De notar, entretanto, que Malanje, como conselho, pertenceu posteriormente ao distrito do Cuanza Norte.
Com uma área aproximadamente de 100 mil quilómetros quadrados e um clima tropical húmido, o então distrito essencialmente agrícola, a sua principal fonte de riqueza foi o algodão, sendo o maior produtor de toda a então província de Angola.
A Baixa de Cassanje foi o principal centro produtor de algodão, oferecendo ao visitante um aspecto deslumbrante de beleza, extensão e fertilidade.
Actualmente Malanje é a cidade mais populosa e a central económica da província com o mesmo nome, com cerca de 600 mil habitantes. NC/PBC