Cidade de Benguela completa 407 anos

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  • Benguela • Sexta, 17 Maio de 2024 | 14h24
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Novo visual da Praia Morena, na cidade de Benguela.
Novo visual da Praia Morena, na cidade de Benguela.
Carlos Benedito-ANGOP
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Interior do Museu Nacional de Arqueologia de Benguela
Interior do Museu Nacional de Arqueologia de Benguela
José Honório-ANGOP
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Pormenor da cidade de Benguela (Arquivo)
Pormenor da cidade de Benguela (Arquivo)
Pedro Parente
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Desfile das Majoretes na cidade de Benguela
Desfile das Majoretes na cidade de Benguela
José Honório-ANGOP

Benguela – A cidade de Benguela, capital da província homónima, celebra hoje, 17 de Maio, 407 anos desde a sua fundação, em 1617, pelo conquistador português Manuel Cerveira Pereira.

Ao longo da sua existência, a bela cidade das Acácias Rubras, orgulho dos seus filhos e amada pelos que aqui aportam, conheceu altos e baixos em termos de crescimento.

Por conta do Projecto de Infra-estruturas emergenciais em curso, a cidade, berço da primeira emissão de rádio em Angola (há 91 anos), por Álvaro de Carvalho, vai beneficiando de obras de grande vulto, que fazem renascer a esperança em dias melhores para os benguelenses.

Cidade onde a arquitectura colonial ainda é a mais evidente, tem vindo a testemunhar a recuperação de alguns dos seus locais emblemáticos, como a requalificação da Praia Morena, cuja marginal beneficiou de obras de recuperação e ampliação, e do Museu Nacional de Arqueologia.

O mítico cine Monumental está em fase final de recuperação, antevendo-se melhores dias para os profissionais das artes cénicas e não só, mas as obras expandem-se para a recuperação de largos, como o da Peça, e de algumas das suas principais avenidas, como a Cerveira Pereira, já concluída, 31 de Janeiro e Damas de Moura, em curso.

Mas as obras na cidade de Ombaka não param por aí, está também em curso um plano de tapa buracos nalgumas ruas, a recuperação da iluminação pública e prevê-se a construção de uma lota na praia das Tombas, para dar maior dignidade às vendedeiras e utentes.

Com a cidade transformada num verdadeiro canteiro de obras, o que também não ficou esquecido é a reabilitação de infra-estruturas de apoio, como vias de acesso, pontes e lancis.

Entretanto, exigentes como sempre, os cidadãos benguelenses congratulam-se com as obras em curso, mas pedem também maior atenção aos bairros periféricos.

A requalificação de antigos bairros como os do São João, Fronteira, Quioche, Massangarala, Calossongo, Goa, Cotel, Graça, dentre outros, deve ser também prioridade, segundo os munícipes, para permitir um crescimento harmonioso da cidade.

Embora reconheçam melhorias em termos de fornecimento de água e energia eléctrica, sobretudo no casco urbano e arredores, os munícipes lamentam a sua falta nos bairros emergentes, como o 4 de Abril, 71 e Cambanjela, dentre outros. Nessas zonas, pede-se também a construção de mais escolas, centros de saúde e esquadras policiais, para maior segurança dos munícipes.

Governo garante melhorias ao município 

O vice-governador provincial de Benguela para o sector Técnico e Infra-estruturas, Adilson Gonçalves, reafirmou, esta sexta-feira, o compromisso de melhoria dos equipamentos sociais e económicos do município sede.

Adilson Gonçalves, que falava por ocasião dos 407 anos de existência da cidade de Benguela, disse que nos últimos tempos a província e o município, em particular, têm beneficiado de reabilitação e melhoria das suas infra-estruturas sociais e económicas, com realce para estradas, novos sistemas de abastecimento de água e fornecimento de energia, que serão alargados para outras zonas periféricas.

Segundo o responsável, o governo tem ainda como desafio melhorar e recuperar o sistema de iluminação pública nos vários pontos da cidade, bem como a Estrada Nacional 100, no troço Benguela/Lobito.

Adilson Gonçalves aproveitou a oportunidade para convidar os benguelenses à uma reflexão profunda sobre o que foi Benguela ontem, hoje e o que se perspectiva, contribuindo assim para melhoria do bem-estar colectivo.

Disse, por outro lado, que a cidade de Benguela é bastante promissora e cobiçada por muitos, pelos seus encantos naturais, cultura e afabilidade da sua gente.

Já a administradora municipal de Benguela, Paula Marisa Correia, deu a conhecer que o seu pelouro tem como desafio continuar a dar respostas ao grito dos cidadãos no domínio da saúde, educação, água e energia.

Fez saber que, no domínio social, a Administração procedeu a formação e capacitação de mais de 1.143 jovens visando o auto emprego, bem como entregou aos mesmos kits profissionais de pastelaria, corte e costura, cabeleireiro, agricultura e pequenas embarcações.

Segundo a administradora, estes meios permitiram que 40 por cento dos beneficiários criassem o seu pequeno negócio, sob apoio e supervisão da Administração Municipal de Benguela.

Paula Marisa reiterou o compromisso de continuar a trabalhar para que os serviços sociais básicos estejam cada vez mais próximos dos cidadãos.

Quanto ao saneamento da cidade, disse que a Administração lançou recentemente o projecto de recolha porta-a-porta, que está em fase experimental, e que poderá evoluir para fase de cobranças.

No domínio turístico, referiu que foi criado um roteiro das principais zonas a serem visitadas no município, com destaque para a igreja da Sé Catedral, Nossa Senhora do Pópulo, Morro do Sombreiro, Largo da Peça, Administração Municipal, Museu Nacional de Arqueologia e outros pontos, que serão remetidos ao Conselho de Auscultação Social para aprovação.

Programa das festas

Para assinalar os 407 anos de Benguela, decorrem várias actividades culturais, desportivas e económicas.

A realização do Mercadão de produtos agro-pecuários e pesqueiros, da Feira Internacional de Benguela (FIB) 2024, espectáculos musicais “Walale Benguela” com a participação de renomados nomes da música nacional, como Matias Damásio, Yola Semedo, Puto Português, Chelsia Dinorath, dentre outros, prometem aquecer a cidade de Ombaka, para gáudio dos seus habitantes e turistas.

Estão também agendadas provas de automobilismo, corrida de cavalos, tiro aos pratos, Wela, dentre outras.

Breve História 

A 17 de Maio de 1617, Manuel Cerveira Pereira desembarcou na Baía das Vacas, onde fundou o Forte de S. Filipe de Benguela, futura capital do Reino de Benguela, administrativamente separado, em 1615, do Reino do Congo, feudatário da Coroa Portuguesa, e do Reino de Angola. 

Em 1641, Benguela foi conquistada pelos holandeses e só em 1648 forças portuguesas, comandadas por Salvador Correia de Sá e Benevides, libertaram a cidade e expulsaram os ocupantes.

A região tornou-se mais tarde numa das mais importantes "testas-de-ponte” para a migração e penetração dos portugueses no interior, conhecendo então uma fase de grande progresso. Quase totalmente destruída por uma esquadra francesa, em 1705, Benguela foi reconstruída entre 1710 e 1733 e crê-se que a Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, aberta ao culto em 1 de Novembro de 1748 e classificada como monumento nacional, terá sido a primeira construção de pedra e cal de Benguela. 

O Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB), que liga o Lobito à cidade da Beira, em Moçambique, através dos sistemas ferroviários da República Democrática do Congo e da Zâmbia, continua a ser um elemento essencial para o desenvolvimento económico e social da província e do país. 

De igual forma, o Porto do Lobito, o segundo de carga de Angola depois de Luanda, permite a exportação da produção da região e o escoamento para os mercados internacionais de recursos minerais da República Democrática do Congo e da Zâmbia (cobalto e cobre), transportados pelo CFB. A Corrente Fria de Benguela, com origem no Oceano Glacial Antárctico, alarga-se no seu percurso para Norte, chegando a atingir cerca de 300 quilómetros de largura ao largo de Benguela. 

As suas águas, ricas em plâncton, fazem do litoral de Benguela um vasto ecossistema marinho e uma zona especialmente propícia às actividades relacionadas com a pesca. 

Benguela, hoje um importante pólo de desenvolvimento, é um dos mais activos centros culturais angolanos e uma das províncias mais mestiças de Angola, tanto do ponto de vista étnico como do cultural. Embelezada por acácias rubras, árvores que imortalizaram a cidade, Benguela é também famosa pelas suas praias, como as da Baía Azul, Caotinha, Santo António, Praia Morena e o Pequeno Brasil. Com uma população estimada em mais de 600 mil habitantes, Benguela tem uma extensão de 2.100 quilómetros quadrados. CRB

 





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