Ndalatando – Citadinos de Ndalatando, capital da província do Cuanza-Norte, apelaram, esta quinta-feira, ao reforço do diálogo inter-cultural e as relações étnico-raciais para a manutenção da concórdia entre os povos.
Em entrevista à ANGOP, a propósito do 21 de Março, Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, assinalado quinta-feira, os interlocutores sublinharam que o reforço da convivência multi-racial reduz a tensão entre as pessoas e cimenta a confiança entre povos de diferentes raças.
O funcionário público Adão Manásseis defende que os Estados devem adoptar medidas duras, como a criminalização de práticas de xenofobia e intolerância racial.
Referiu que o racismo, a xenofobia e a intolerância prevalecem em quase todas as sociedades, numas mais generalizadas, e noutras de forma subtil, afectando, sobretudo, migrantes e refugiados.
Para o estudante universitário, Domingos António, apesar de não ser perceptível no país, determinadas formas de relações podem ser fruto de preconceitos raciais.
O estudante questiona a diferença de tratamento que é dado ao trabalhador nacional em comparação com o expatriado, de igual qualificação, em algumas empresas estrangeiras.
O professor António de Albuquerque considera que o racismo prejudica as boas relações de vizinhança e no trabalho e deve ser combatido em todas as suas formas.
Acrescentou que a discriminação é tão destrutiva que divide as sociedades, e é responsável por mortes e sofrimentos de pessoas ao longo da história.
Destacou o papel da escola no reforço do reconhecimento da pluralidade étnico-racial nas sociedades.
“Este reconhecimento vai permitir que todos beneficiem da igualdade de oportunidades e contribuam para a eliminação de qualquer forma de discriminação”, frisou.
No dia 21 de Março de 1960, na África do Sul, 20 mil negros protestavam contra uma lei que limitava os lugares por onde eles podiam circular.
A manifestação pacífica foi brutalmente reprimida pelo exército do então regime do apartheid, que disparou contra a multidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186.
Este episódio ficou conhecido como massacre de Shaperville.
Em memória ao massacre, a ONU instituiu o 21 de Março como o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial.
Segundo a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, adoptado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, a discriminação racial é toda a distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica.
Esta discriminação visa restringir o reconhecimento, gozo ou exercício em um mesmo plano (em igualdade de condição) de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, económico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública. DS/IMA/OHA