Cidadãos enfrentam dificuldades nas paragens de autocarros

     Sociedade           
  • Luanda     Segunda, 27 Setembro De 2021    18h16  
Distanciamento fora da realidade, em algumas paragens de Luanda
Distanciamento fora da realidade, em algumas paragens de Luanda
Domingos Cardoso

Luanda - Milhares de trabalhadores e estudantes, da província de Luanda, que dependem dos autocarros públicos e táxis enfrentam grandes dificuldades todas as manhãs e no final do dia para deslocar-se para os vários pontos da capital angolana.

A ANGOP constatou que estes constrangimentos se verificam das 7h às 9h, 14.30h//17H e 18 h/19.30, apesar do aumento do número de autocarros públicos, que se aproximam dos 400 distribuidas em 11 rotas urbanas e suburbanas estratégicas.

No período da manhã centenas de pessoas dos municípios de Cacuaco, Viana, Belas, Talatona e  Icolo e Bengo recorrem aos transportes públicos e aos táxis para poder aos locais de trabalho e escolas do ensino de base do primeiro ciclo e médio, trajecto feito no período da tarde de regresso.   

A munícipe Joana Tomás disse, em declarações à ANGOP,  que o aumento de cidadãos nas paragens dos autocarros deve-se aos custos da passagem que são 50 Kwanzas contra os 150 dos táxis ( vulgos candongueiros), que nas horas de ponta praticam rotas curtas.

" Na verdade, está cada vez mais difícil andar de autocarros de manhã cedo e no fim da tarde, pois estão sempre super lotados, mas é uma forma de pouparmos dinheiro", defendeu-se a cidadã.

Apesar das enchentes em determinadas rotas, não ficamos mais do que uma hora nas paragens espera, disse a estudante Maria João, que de segunda-feira a sexta apanha os autocarros de manhã e de tarde na paragem do Nosso Centro ao Largo das Escolas, no distrito da Maianga.

Luís Pedro, funcionário público, que depende dos autocarros da linha Girafa/multperfil/ Samba/Mutamba, refere que depois das horas de ponta o tempo de espera varia de 15 a 30 minutos, ou uma hora no máximo.

A cidadã Laurinda Jamba, que percorre os municípios de Belas e Cacuaco com varias paragens, reforçou que a viagem de autocarro custa apenas 50 Kwanzas e já de táxi gasta-se cerca de mil Kwanzas com rotas curtas.

Assim, acrescentou, os autocarros continuam a ser os meios mais procurados por quem deseja deslocar-se de um município para o outro.

“ Os autocarros ajudam. Há pessoas que não têm possibilidades de apanhar táxis todos os dias e optam pelo autocarro, também já estamos habituados”, disse  conformada Sandra Tumba .

Muitos utentes de autocarros afirmam que para além de não cumprirem com as condições de biossegurança, para evitar a contaminação com o vírus da Covid-19, os motoristas não respeitam os limites de velocidade e excedem, colocando a integridade física dos passageiros em risco.

As condições nas paragens são péssimas, não existem lugares para se albergar do sol e da chuva, poucas paragens possuem bancos, desabafou o passageiro João Manuel, que estava perfilado na paragem da Girafa, município do Talatona, distrito do Benfica.

“Onde nós devíamos sentar  tem sempre senhoras a vender e a fazer muita lixeira. Esperamos os autocarros num lugar precário e parece não haver solução” afirmou  Jeovana Fernandes, na paragem do Estádio 11 de Novembro sentido/Benfica.

Rotas curtas de táxis

Durante a ronda, a ANGOP constatou que,  por exemplo, quem pega um táxi azul e branco ou um turismo descaracterizado, em hora de ponta do Benfica ao Zango-0, deve desembolsar 500 Kwanzas contra os normais 150 ou os 50 do autocarro.

Todavia, apesar desta componente, muitos cidadãos preferem os táxis por viajarem melhor acomodados, ainda que a viatura esteja em mau estado técnico.

Com frequência, no período matinal, os taxistas do trajecto Viana/congolenses fazem rotas curtas, apontando o  engarrafamento como motivo, principalmente entre a Estalagem/Robaldina/ ex-Filda/ largo da Independência.

A passageira Manuela dos Prazeres diz que o engarrafamento não é uma justificação, pois não tem razão de ser, já que a " olho nu" vê-se logo que os taxistas estão imbuídos de má fé para ganhar dinheiro e não se importam com os utentes.

O presidente da Associação dos Taxistas de Angola (ATA), Rafael Inácio, disse estar indignado com este comportamento dos associados, porquanto mesmo com o trabalho de sensibilização que os taxistas recebem insistem em manter uma atitude de " má fé, na ânsia do lucro fácil".

A província de Luanda conta com 11 novas rotas para os transportes públicos de passageiros, criados com o intuito de facilitar a mobilidade dos munícipes e consequente aumento paulatino de novos autocarros e mini autocarros.

Para além da TCUL, única empresa de transporte público do estado, trabalham nos nove municípios da província de Luanda as operadoras Rosalina Express, Camcon, Macom e Angoaustral e mais de 20 mil táxis ( azul e branco).

 





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