Cacuaco – O Serviço de Investigação Criminal (SIC) deteve um cidadão de nacionalidade gambiana, de 37 anos de idade, que tentava sair do país com 600 mil dólares americanos e 15 barras de ouro.
O cidadão, comerciante de profissão, foi detido no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, quando tentava embarcar no voo da companhia aérea Emirates, com destino aos Emiratos Árabes Unidos, com o apoio de seis cidadãos angolanos que trabalham nos Serviços de Gestão Aeroportuária (SGA).
A informação foi prestada neste sábado, em Luanda, pelo director do gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do SIC, Manuel Halaiwa, revelando que o cidadão em causa foi interpelado pelas diversas forças colocadas no Aeroporto.
“O cidadão excedeu os limites legalmente previstos para o transporte ou transferência de moedas para o exterior do país, uma vez que a lei tributária angolana permite o valor de dez mil dólares a residentes cambiais na saída do país”, indicou.
Um outro cidadão de nacionalidade brasileira, cozinheiro de profissão, de 35 anos de idade, foi também detido por auxílio ao crime de tráfico de droga.
O mesmo cidadão transportava cocaína, num total de 4, 935 kilogramas.
Na última sexta-feira, o SIC apresentou nove cidadãos, sendo quatro chineses e cinco angolanos, detidos na localidade do Sequele, província do Icolo e Bengo, pelo suposto crime de mineração de criptomoedas, actividade desenvolvida num estaleiro clandestino.
Em declarações à imprensa, o porta-voz do SIC, Manuel Halaiwa, referiu que os envolvidos praticavam a actividade económica dissimulada com a recolha de material ferroso do tipo alumínio e compra de latas de refrigerantes vazias para exportação.
"Na verdade, por detrás da farsa, havia duas gigantes naves com processadores mazazigues de mineração de criptomoeda", referiu o responsável, para quem estes cidadãos mineravam bitcoins, a moeda virtual mais cara no mercado de criptomoedas.
Segundo o responsável, as duas naves, com 2600 processadores, mineravam perto de 3.326 bitcoins diários, o equivalente em mais de 320 mil dólares norte-americanos por dia.
"Estão instalados três PT de energia eléctrica, ligados à rede pública, devidamente escondidos, que alimentam duas naves com centenas de processadores de mineração de criptomoedas", acrescentou.
Manuel Halaiwa realçou que, no local, foram encontradas grandes quantidades de material eléctrico, como cabines, cabos, entre outros, em preparação para a montagem.
Para realizar esta actividade, acrescentou, os envolvidos instalaram de forma clandestina três PT (Postos de Transformação), ligados à rede pública para suporte à mineração de criptomoedas, já que os processadores de alta potência requerem grande consumo de energia eléctrica, prejudicando o sistema energético nacional.
A título de exemplo, o porta-voz disse que a energia consumida no local podia abastecer três bairros de Luanda.
Exemplificou que, em um ano, a rede minerou perto de um milhão 213 mil e 990, equivalentes a 116 milhões 800 mil dólares americanos, com um consumo de energia eléctrica diário estimado em 78.625 Kwh.
Os cidadãos foram encaminhados ao Ministério Público para os procedimentos legais. COF/DJ/OHA