Lubango - O Centro Dia “O Ninho” destinado a acolher, alimentar e ensinar ofícios a 150 crianças de e na rua, da cidade do Lubango, foi entregue hoje, segunda-feira, pelo governador da Huíla, Nuno Mahapi.
A infra-estrutura reabilitada e equipada pelo Governo da província está localizada no bairro da Mapunda e em funcionamento desde quarta-feira última, assiste já 130 crianças até aos 13 anos de idade recolhidas nas ruas.
No local, as crianças que aglomeram-se em vitrines de estabelecimentos comercias para pedir esmolas, vão ter aulas de recuperação e aceleração da aprendizagem, estudar música, teatro, informática, desporto e agricultura em hortas comunitárias.
Vão igualmente participar de sessões de Círculo de Interesse e contam com a componente de educação ambiental.
Ao falar no acto de entrega, o governador da Huíla, Nuno Mahapi, disse ser uma iniciativa para inverter o quadro actual caracterizado pelo aparecimento diário de crianças pedintes nas ruas e agora têm um lugar para passar o dia.
Declarou que a estrutura não tem capacidade para absorver todas as crianças de rua, mas contam com parceiros para mitigar a situação.
“Entendemos que o êxodo rural para o Lubango está muito acentuado, em função de vários factores socioeconómicos vividos, mas temos a convicção que é nossa responsabilidade cuidar dessas crianças”, frisou o governador.
Por outro lado, lamentou o facto de muitos pais deixarem os seus filhos desamparados, admitindo que muitos desses casos enquadram-se na fuga à paternidade e outros são situações de exploração de menores.
Segundo o governante, a ideia será replicada noutros municípios, em função das condições financeiras de cada administração.
Administração vai identificar e apoiar famílias dos menores
O projecto, para além de retirar crianças das ruas, vai igualmente localizar as famílias destes e tomar contacto com a situação real de vulnerabilidade de cada uma, para apoiá-las, disse o administrador do Lubango, Armando Vieira.
Defendeu a necessidade de investigar-se o destino dado ao dinheiro que os menores pedem nas ruas, se serve às famílias ou adultos que estejam a explorá-las.
Referiu que só nos primeiros três dias de funcionamento do centro, apareceram pessoas vulneráveis, mas sem critério para frequentá-lo.
De entre elas estavam mães e seus bebés, adultos com deficiência, entre outros, mas que nãio se enquadram no perfil do centro.
A Administração municipal do Lubango fez um cadastramento prévio das crianças de e na rua, que estão agora a ser resgatadas para promover a sua reintegração em centros de acolhimento e nas famílias.