Cuito - O cemitério e memorial dos mártires no município do Cuito, província do Bié, beneficia, desde hoje, sexta-feira, de obras de requalificação, no âmbito do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).
A assinatura do acto de consignação da empreitada foi feita, nesta sexta-feira, sendo que a obra está orçada em 129 milhões de kwanzas e vai ser executada pela empresa de construção civil e obras públicas DEJIAN, num prazo de seis meses.
Com uma área de 99 mil 934 metros quadrados, a nova infra-estrutura terá espaço para serviços administrativos, memorial, parque de exposição simbólico do armamento utilizado durante o conflito armado, casa de acomodação para o pessoal de apoio e de segurança, torre de observação, reservatório de água potável, assim como o melhoramento e cravação das cambas em mármores e arranjos exteriores.
A iniciativa visa, entre outros objectivos, transformar o local num museu de história dos conflitos armados ocorridos no município do Cuito, província do Bié.
No cemitério Mártires do Cuíto, localizado na comuna do Cunje, a sete quilómetros a norte da cidade do Cuito, estão sepultados sete mil e 34 corpos que haviam sido enterrados em locais impróprios, como jardins e quintais de residências, por força da guerra pós-eleitoral de 1992.
O cemitério ocupa um a área de 75 mil metros quadrados. Possui três casas de apoio, sendo uma capela, casa administrativa e um museu com alguns artefactos encontrados junto dos corpos, nomeadamente retratos, documentos e restos do material usado durante a guerra.
O processo de construção do cemitério, exumação e inumação dos corpos decorreu de 13 de Outubro de 2003 a Novembro de 2004 e orçou aos cofres do Estado angolano cerca de 510 milhões de kwanzas.
O município do Cuito controla, entre outros, o cemitério municipal, do Tchissindo e da comuna do Cunje.
Ao encerrar a cerimónia, o governador da província do Bié, Pereira Alfredo, disse que a construção do memorial tem o objectivo de reconhecer a luta de um povo, o sacrifício dos combatentes, assim como dar continuidade ao processo de reconstrução nacional e preservação da paz.
